Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.
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10 de janeiro de 2024

Neve

Apesar de ser no Norte do país, a zona onde vivo não é a mais fria da Alemanha, pois beneficia da influência do Mar do Norte. Já se sabe que as chamadas zonas continentais são mais de extremos. É raro, por aqui, haver as grandes camadas de neve que se conhecem dos Alpes, ou de outras zonas montanhosas da Europa Central, por ironia, bastante a sul de Hamburgo. Vivo numa região plana, semelhante aos Países Baixos. Também no Norte da Alemanha se têm de construir diques, mas mais por causa do rio Elba. Sendo já muito largo, a partir de Hamburgo, ele estender-se-ia sem controlo pelas planuras do seu caminho até à foz, a cerca de 90 km desta cidade portuária.

Isto não quer dizer, claro, que não seja frio. As temperaturas negativas são normais, nesta altura do ano, mas raramente descem abaixo dos -5ºC, ao contrário do que acontece nas montanhas a sul. Costuma, porém, haver pouca neve. Muitas vezes, estamos abaixo de zero, sem neve, nem geada, uma situação interessante, em que o solo congela. Quem tem jardim, pode verificar isso perfeitamente.

Por acaso, neste Outono/Inverno, tem havido bastante neve. Sei que também está frio em Portugal, mas, como na maioria do nosso país não há neve, nem congelam os lagos dos parques, resolvi partilhar algumas imagens que tenho captado, em Stade, nos últimos tempos, e que reuni neste vídeo. Viel Spaß!


 

28 de dezembro de 2010

Inverno (II)

Anos a fio pedia-se por aqui um Natal branco. Claro que costuma nevar no Inverno, mas, na época de Natal, não vinha nada. O norte da Alemanha, por ser muito plano e pela proximidade ao Mar do Norte, tem pouca neve, se compararmos com o sul montanhoso (a Baviera, os Alpes). E entre 2000 e 2008 nevava tão pouco, que já se dizia que "não se faziam Invernos como antigamente".

No Inverno passado, a neve veio um pouco tarde, a partir de Janeiro. Mas veio em força. Este Outono/Inverno veio mais cedo... e com mais força ainda.


Agora, anda toda a gente cheia de neve. Quem não precisa de viajar, pode gozar a paisagem. Mas nos aeroportos e nas estações de caminho-de-ferro instalou-se o caos e muita gente viu-se obrigada a passar lá o Natal. Além disso, muitas estradas (e auto-estradas) estão intransitáveis, a neve é tanta, que nem a protecção civil cá do sítio, habituada a Invernos rigorosos, consegue normalizar a situação.



E também para quem está em casa as coisas começam a complicar-se. O lixo, por exemplo, não é recolhido, pois os camiões ficam atolados. Além disso, uma pessoa começa a encher-se de limpar neve às pazadas todos os dias para poder entrar e sair de casa.

Num lago gelado, fotografei estes patinhos, que se vêem obrigados a andar em vez de nadar. O que, diga-se de passagem, não será grande problema para eles, pois, mesmo sem virem carradas de neve, a situação verifica-se quase sempre, nesta altura.




Enfim, resta-nos a possibilidade de apreciar o cenário. E, como os alemães costumam dizer: "Der nächste Sommer kommt bestimmt" (o próximo Verão vem de certeza). Esperemos então por ele...





 

26 de dezembro de 2010

Espírito de Natal

Há quem se alegre com a aproximação do Natal, há quem fique deprimido. Uma das desvantagens de viver no estrangeiro é aquele sentimento de não se pertencer verdadeiramente a lado nenhum. Muitas vezes, a viagem "à terra" acaba em decepção, quando certos parentes fazem questão de nos mostrar que, a partir do momento em que escolhemos um outro lugar para viver, dificilmente nos voltaremos a integrar no círculo íntimo. Pergunto-me de que terão medo...




Mais uma vez, fiquei na Alemanha, até porque não gosto de andar de avião (e este ano até arriscava passar o Natal no aeroporto). Mas o jantar da Consoada não me saiu bem. É no que dá, experimentar receitas novas em dias destes...

No dia de Natal, a Lucy começou a mostrar sinais de impaciência logo às oito da manhã. Lá me levantei e fui dar a volta habitual com ela, ainda antes do pequeno-almoço. Estavam dez graus negativos, as ruas desertas, a neve acumulada em todos os cantos e eu com aquele vazio... Mas onde estava o espírito de Natal?  Porque se esquecia ele de mim?

Ao longe, vi o dono de um cão que conheço de vista, a passear com o dito cujo. Quando nos cruzámos, em vez do habitual "Guten Morgen" (bom dia), saiu-me: "Frohe Weihnachten" (Feliz Natal). O homem olhou-me surpreendido, mas logo abriu um grande sorriso e respondeu: "Danke, gleichfalls" (obrigada, igualmente).

Continuei o meu caminho, sentindo-me mais quente por dentro, como se tivesse bebido um café ou um chá reconfortante. Acho que foi por fazer alguém sorrir. Alguns metros mais à frente, apercebi-me de que se aproximava um ciclista, por trás de mim. Há muitos ciclistas por aqui, eu própria ando muitas vezes de bicicleta. Mas, com este frio... Ainda por cima, o passeio tinha apenas uma faixa estreita limpa de neve. Ainda pensei: não me desvio, o passeio é para os peões, ele que mude para a rua. Mas a rua estava  escorregadia. E era Natal. Parei, cheguei a Lucy a mim e deixei espaço para o ciclista passar. O homem abriu um grande sorriso e disse qualquer coisa como: "Mas que simpatia! Muito obrigado." Tive que sorrir também, ao responder: "De nada".

Quando cheguei a casa, o Horst já tinha preparado o pequeno-almoço: o café quentinho, o pão torrado e estaladiço, a manteiga... Falámos sobre os presentes que tínhamos trocado no serão anterior. A sensação reconfortante tomava cada vez mais conta de mim, preenchendo o vazio...

Afinal, ele lembrou-se de mim, o espírito de Natal!



1 de dezembro de 2010

Inverno



O Inverno chegou ao nosso jardim. Está um frio de rachar, mas digam lá que não é bonito!

E a Lucy já vai farejando o Natal...