Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

30 de outubro de 2011

Mais um aniversário

Parece que foi ontem que a trouxemos cá para casa, uma cachorrinha de 8 semanas, que cabia em duas mãos. Tínhamos de ter muito cuidado para não a pisar, pois, na sua ânsia pelo calor de um ser vivo, estava constantemente entre os nossos pés. À noite, gania e tremia, tanta falta ela sentia do aconchego da mãe e dos irmãozinhos, mesmo estando o seu cestinho ao lado da nossa cama. De vez em quando, eu estendia a mão, para a tocar, e sentia-a a tremer. Mas sabia que, se a pusesse na cama, nunca mais a de lá tirava. Por isso, resistia à tentação, embora, por vezes, tivesse mesmo de cerrar os dentes. Tínhamos planeado tirá-la do quarto, assim que fosse mais crescida e perdesse o medo. Mas nunca tivemos coragem, ela lá continua, no seu sítio de sempre.


A nossa Lucy faz hoje 8 anos, o que, para um canino, já é alguma coisa. Felizmente, a esperança de vida de cães e gatos domésticos aumentou bastante, nos últimos anos, devido aos cuidados que se lhes proporcionam. Principalmente, os gatos fizeram grandes progressos, já vi bichanos na sala de espera do veterinário com respeitáveis 20 aninhos! Os cães de mais longevidade ficam-se pelos 15/16 anos (raças pequenas) e 12/13 anos (raças maiores). Mas tivemos um caniche aqui na vizinhança que ficou a um mês de completar os 18!

A ti, minha querida Lucy, desejo-te ainda muitos anos de vida. Obrigada por nos teres ensinado a amar e a respeitar, não em função do que alguém possa fazer por nós, mas apenas pelo simples facto de esse alguém existir. E por nos teres ainda ensinado em que consiste a verdadeira confiança mútua e a aceitar os outros, tal como eles são.



P.S. Não reparem no estado da manta, aos nossos pés. É a manta da Lucy, que ela pode esgadanhar a seu bel-prazer ;-)

7 comentários:

Ana Sofia disse...

Parabéns ás duas! á Lucy pelo seu 8º aniversário e a si, Cristina, por ter descoberto uma pequena grande amiga.
Os animais são realmente os nossos melhores amigos. Não nos julgam, são os nossos companheiros independentemente de sermos ricos ou pobres,
choram quando saimos de casa por um bocadinho (contam os vizinhos) e fazem uma enorme festa de boas-vindas quando chegamos a casa.

Tenho 3 cadelas - a Fanny com 12 anos, a Nina de 6 anos, e a Minnie com 3 anos. São a alegria da casa!
Infelizmente, a Fanny teve de ser operada no mês passado, e ficamos preocupados porque na 1º semana não comia quase nada e vomitava muitas vezes,
mas já está a recuperar aos poucos. E já ladra :D

Espero que continuem juntas por mais longos anos. Felicidades para as duas!

Cristina Torrão disse...

Muito obrigada, Ana Sofia. E muitas felicidades também para si e as suas cadelas. Espero que a Fanny continue a recuperar ;)

Bartolomeu disse...

Aqui vai, para Lucy, acompanhado dos meus votos de vida longa, na companhia dos donos;
http://www.youtube.com/watch?v=AX_OX6Fcq5o&feature=related
estive para lhe mandar a "Lucy" dos Beatles, mas como me parece que a tua Lucy deve ser uma verdadeira Barbye... esta assenta-lhe melhor.
;))))

CAL disse...

Parabéns, a Lucy merece oito biscoitinhos para não fugir da dieta. É muito bonita!
Felicidades.

Cristina Torrão disse...

Obrigada, Bartolomeu :)
Bem, ela não é muito Barbie, só um bocadinho ;)
Brinca com qualquer tipo de cão, dos teckel aos pastores alemães. Tem muitos amigos, na vizinhança, conhecem-se todos, há anos, e dão-se bem. Às vezes, lá vem com algumas mazelas, das brincadeiras (tipo as crianças, com um joelho esfolado, ou assim). Outras vezes, vem cheia de lama.
Por mais mimos que ela receba, não queremos tirar-lhe as oportunidades de ser "canina" ;)

Obrigada, Cal. Isso, da dieta, nem sempre é fácil, temos de ter muito cuidado, para que ela não engorde. Mas uns biscoitinhos cabem sempre ;)

JoZé disse...

«O olhar dum bicho comove-me mais profundamente que um olhar humano. Há lá dentro uma alma que quer falar e não pode, princesa encantada por qualquer fada má. Num grande esforço de compreensão, debruço-me, mergulho os meus olhos nos olhos do meu cão: Tu que queres? E os olhos respondem-me e eu não entendo... Ah, ter quatro patas e compreender a súplica humilde, a angustiosa ansiedade daquele olhar! Afinal... de que tendes vós orgulho, ó gentes?» Florbela Espanca

Cristina Torrão disse...

Muito lindo, JoZe, obrigada.

"uma alma que quer falar e não pode" - é mesmo essa a sensação que tenho, quando olho, principalmente, nos olhos de um cão abandonado, ou preso. Quem convive com eles, sabe que eles são mais, muito mais, do que instinto; aspiram a mais do que satisfazer as suas necessidades vitais.