Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

5 de março de 2013

A Escriba


Estava à espera de mais. O texto da badana, sobre o autor, diz que ele dedicou oito anos da sua vida a este romance, pelo que fiquei esperançosa quanto a um enredo bem elaborado. Mas não é isso que acontece. Há muitos elementos que são introduzidos vindos sabe-se lá de onde e diálogos que acontecem sabe-se lá porquê. E o final, apesar de empolgante, é confuso, pois há amigos que se revelam inimigos, para, afinal, se confirmarem como amigos (e vice-versa). Estas reviravoltas têm, a meu ver, duas grandes desvantagens:
1 - Tornam difíceis de explicar as ações dessas personagens noutras partes do romance.
2 - O autor sentiu necessidade de, nas últimas duas páginas, tentar explicar o que dificilmente tem explicação.
Um outro problema são informações históricas despejadas de forma inverosímil em certos diálogos. Bem sei que não é fácil resolver problemas destes, mas penso que o autor, em certas ocasiões, não se deu mesmo ao trabalho de procurar uma melhor solução.

Para quem não liga a pormenores destes, é uma leitura empolgante, com muitas surpresas, mas também com alguns momentos a dar para o morno. A época de Carlos Magno (a ação passa-se no ano de 799) está bem pesquisada, mas não sei se eram precisos os tal oito anos...

Enfim, talvez a Porto Editora devesse investir mais em autores portugueses, em vez de traduzir livros de escritores tão medianos, que não trazem nada de novo.

A tradução, do castelhano, é de Magda Bigotte de Figueiredo.

4 comentários:

  1. Não li este livro, por isso não posso comentar, mas também eu gostava de a PE investisse mais em autores portugueses... ;)

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  2. Cristina,
    comecei a ler esse livro e não estava a gostar muito... fui espreitar o fim e vi que... faltavam páginas. Desisti de imediato. Enfim, não foi uma boa experiência. :)

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  3. Estive para comprar esse livro, mas algo me levou a desistir...Pelos vistos fiz bem :)

    cumps

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  4. Carla, depois de lermos certos livros, perguntamo-nos porque tantos originais portugueses são recusados (ou ignorados). Este livro não é mau, mas tão vulgar...

    André Nuno, faltavam páginas? Estranho. Por acaso, já tive uma experiência parecida: um livro que, chegando à página 160 (podia ser outra, é só um exemplo), tornava à página 100, repetia-as todas até à 160 e dava, nessa altura, um salto para a 220!
    Mas estranho essa sua experiência, pois o exemplar que li estava em ordem.

    Sara, penso que não perdeu grande coisa ;)

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