Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

13 de abril de 2013

Da nossa relação com os animais IV

Já aqui falei de como os animais podem ajudar as crianças na psicoterapia, descoberta feita pelo psicólogo infantil americano Boris M. Levinson, na década de 1960, ao constatar que conseguia comunicar melhor com um dos seus pacientes, uma criança desprezada e extremamente introvertida, quando esta levava o seu cão para as consultas.

Recentemente vi, num programa do canal alemão WDR, uma experiência muito interessante, relacionada com este tema. Psiquiatras e psicólogos têm, frequentemente, dificuldades em tratar de crianças muito traumatizadas (seja por abuso, abandono, violência ou negligência), pois alguns destes pequenos pacientes estão tão fechados em si mesmos, que não dão qualquer hipótese de comunicação.

À procura do melhor método de aliviar o stress nas crianças, o psicólogo Henri Julius, Professor na Universidade de Rostock, levou a cabo uma experiência, feita, aliás, com crianças saudáveis, a fim de ter a garantia que nenhuma delas sofresse com o estudo. As crianças tinham de fazer uma prova oral, perante um júri de três examinadores. Era-lhes pedido, por exemplo, que completassem, com a sua imaginação, uma história iniciada por um dos examinadores, ou que fizessem cálculos matemáticos de cabeça (apropriados à sua idade, claro).

Antes do exame, as crianças foram divididas em três grupos. As do primeiro grupo podiam levar um boneco de peluche para o exame; as do segundo eram acompanhadas por uma jovem simpática, que, apesar de não lhes dizer as soluções dos problemas, ficaria a seu lado, para que não tivessem de enfrentar o júri sozinhas; às do terceiro grupo foi apresentado um cão dócil, que elas podiam afagar durante a prova.

A todas as crianças foi medida, depois do teste, os níveis de cortisol, a hormona do stress, através de uma amostra da saliva.

A conclusão já se adivinha: as crianças com o cão a seu lado mostravam-se mais descontraídas, conseguiam resolver melhor os problemas e revelavam mais imaginação do que as dos outros dois grupos. E a análise à saliva confirmou níveis de stress muito mais baixos!




P.S. Embora a experiência tenha sido feita com um cão, os psicólogos envolvidos disseram acreditar que os fãs de gatos obteriam os mesmos resultados se tivessem a seu lado o animal preferido ;-)


1 comentário:

  1. Que resultados excecionais! Não que eu tivesse duvidas, mas saber de um estudo feito é sempre bom.

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