Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.
23 de abril de 2013
Naquele Tempo (18)
Entretanto, durante o período de anarquia anterior a 1250, também se registam revoltas urbanas pontuais. O caso mais conhecido situa-se de novo no Porto, onde, em 1237 ou 1238, o bispo desencadeou uma violenta repressão antipopular. Sabemo-lo por meio de uma carta do concelho da cidade a todos os bispos do reino (J. Mattoso, 1982b, p. 341), na qual lhes pedia que interviessem junto do seu prelado para reprimir a sua violência. Dizia-se nela que o bispo tinha conseguido atrair cavaleiros para os incitar contra os cidadãos, provocando destruições na cidade e enforcando muitos habitantes, havia vendido publicamente os seus filhos e mulheres como se fossem sarracenos, e tinha praticado outros abusos. Pela mesma altura, os franciscanos queixavam-se também de que o bispo tinha mandado queimar e saquear o seu convento. Estes dois documentos mostram que as violências do bispo se deviam a resistências da gente da cidade contra as suas exigências, o que, por sua vez, desencadeou novas reacções de parte a parte.
Capítulo Revoltas e revoluções na Idade Média portuguesa, p. 414
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