Estás tão crescida, filha,
disse-lhe de olhar enviesado. Afinal, talvez da ingratidão se derramasse algum peso de consciência. Mas ela era detentora de todo um mecanismo elaborado de compartimentos estanques. Rapidamente arrolhava o que lhe assomava incómodo. Quando algo desatava a roer, a fazer pequenos estragos, a esfiapar-lhe a alma, saltava logo a mola da ratoeira. E trás! Quebrava a espinha a esses sentimentos roedores.
Este desafecto, mãe, aprendi-o contigo. Também sequei por dentro.
Que Importa a Fúria do Mar, Ana Margarida de Carvalho, p. 135 (Teorema, 2013)
Secar por dentro deve ser munta xato... obriga a beber-se quantidades monumentais de água... ardente.
ResponderEliminar;)
Ai deve obrigar, deve ;)
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