Nos EUA, este livro seria denominado de thriller e já teria sido passado a filme. O suspense é bem doseado e o enredo está bem organizado. Aliás, é raro ler um livro de um autor português, em que tudo se encontra arrumado no seu sítio, tendo-se o autor esforçado por proporcionar uma leitura agradável e fluida, mantendo a beleza de um estilo muito próprio. Aprecio mais uma leitura deste género do que outra em que me vejo forçada a decifrar o pensamento enigmático do/a autor/a.
A personagem principal é um escritor falhado e hipocondríaco, que perdeu o interesse por quase tudo o que o rodeia. Gostei muito da maneira como João Tordo nos transmite a letargia em que cai a sua personagem. O tal escritor aceita participar numa conferência em Budapeste, onde irá conhecer um homem e duas mulheres que modificarão a sua vida. Arrastam-no para uma casa isolada no meio de um bosque italiano, onde se dá um crime e onde um louco mantém todos os visitantes sob um regime de terror, obcecado com a ideia de encontrar o assassino, a fim de exercer justiça pelas próprias mãos.
Os diálogos e as situações nunca são forçados, o enredo é verosímil (não obstante algumas pequenas falhas, na minha opinião) e a tensão mantém o leitor agarrado até ao fim.
Nota: Li a versão de bolso da editora BIS, que custa apenas 7,50 euros.
Muito interessante, quero!
ResponderEliminar:)
Este não li. Li As Três Vidas e Anatomia dos Mártires. Do primeiro, fiquei com a impressão de ser um romance americanizado (não é depreciação). Do segundo, não gostei.
ResponderEliminarNo global, até eu mudar de opinião, acho que romances deste tipo assinados por outros autores não passariam no filtro exigente de editoras com prestígio.
ABC
Quem sabe, ABC, quem sabe...
ResponderEliminarTenho ainda "O Ano Sabático" para ler, deste autor.
Cristina
ResponderEliminarÉ também para mim o melhor do Tordo com o «Três Vidas». O Tordo tem feito um percurso onde se nota cada vez mais fluidez e à vontade, sempre muito inspirado no romance americano. É um autor de escola e de régua e esquadro. Não tem mal, nem bem, é o que! Percebo o que diz dos romances esotéricos e de perfil psicológico acentuado, gosto de uns e de outros, mas penso que o romancista ideal é o que consegue mesclar os tipos literários. Pessoalmente tanto leio uns como os outros, depende da disposição e do dia.
Agora genial são quase todos os livros que tenho "papado" nos últimos dias e principalmente um que nunca tinha lido: a Harpa de Ervas do Truman Capote. Um autor genial na qualidade da escrita, no enredo, na profundidade que traz aos seus romances.
Olá, Cristina.
ResponderEliminarGostei imenso da sua opinião. Tinha já vontade de ler mais João Tordo. Li O Ano Sabático e adorei. Este livro, acerca do qual opina, passou, também, a estar na minha lista de preferências.
Obrigado. :)
Nunca li Truman Capote, PAS, mas hei de colmatar essa falta. É dos grandes da Literatura Norte-Americana, ouço falar dele desde a faculdade.
ResponderEliminarDe nada, André, volte sempre :)