Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

18 de outubro de 2013

O Bom Inverno


Nos EUA, este livro seria denominado de thriller e já teria sido passado a filme. O suspense é bem doseado e o enredo está bem organizado. Aliás, é raro ler um livro de um autor português, em que tudo se encontra arrumado no seu sítio, tendo-se o autor esforçado por proporcionar uma leitura agradável e fluida, mantendo a beleza de um estilo muito próprio. Aprecio mais uma leitura deste género do que outra em que me vejo forçada a decifrar o  pensamento enigmático do/a autor/a.

A personagem principal é um escritor falhado e hipocondríaco, que perdeu o interesse por quase tudo o que o rodeia. Gostei muito da maneira como João Tordo nos transmite a letargia em que cai a sua personagem. O tal escritor aceita participar numa conferência em Budapeste, onde irá conhecer um homem e duas mulheres que modificarão a sua vida. Arrastam-no para uma casa isolada no meio de um bosque italiano, onde se dá um crime e onde um louco mantém todos os visitantes sob um regime de terror, obcecado com a ideia de encontrar o assassino, a fim de exercer justiça pelas próprias mãos.

Os diálogos e as situações nunca são forçados, o enredo é verosímil (não obstante algumas pequenas falhas, na minha opinião) e a tensão mantém o leitor agarrado até ao fim.

Nota: Li a versão de bolso da editora BIS, que custa apenas 7,50 euros.




6 comentários:

  1. Muito interessante, quero!

    :)

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  2. Este não li. Li As Três Vidas e Anatomia dos Mártires. Do primeiro, fiquei com a impressão de ser um romance americanizado (não é depreciação). Do segundo, não gostei.
    No global, até eu mudar de opinião, acho que romances deste tipo assinados por outros autores não passariam no filtro exigente de editoras com prestígio.

    ABC

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  3. Quem sabe, ABC, quem sabe...

    Tenho ainda "O Ano Sabático" para ler, deste autor.

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  4. Cristina

    É também para mim o melhor do Tordo com o «Três Vidas». O Tordo tem feito um percurso onde se nota cada vez mais fluidez e à vontade, sempre muito inspirado no romance americano. É um autor de escola e de régua e esquadro. Não tem mal, nem bem, é o que! Percebo o que diz dos romances esotéricos e de perfil psicológico acentuado, gosto de uns e de outros, mas penso que o romancista ideal é o que consegue mesclar os tipos literários. Pessoalmente tanto leio uns como os outros, depende da disposição e do dia.
    Agora genial são quase todos os livros que tenho "papado" nos últimos dias e principalmente um que nunca tinha lido: a Harpa de Ervas do Truman Capote. Um autor genial na qualidade da escrita, no enredo, na profundidade que traz aos seus romances.

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  5. Olá, Cristina.
    Gostei imenso da sua opinião. Tinha já vontade de ler mais João Tordo. Li O Ano Sabático e adorei. Este livro, acerca do qual opina, passou, também, a estar na minha lista de preferências.
    Obrigado. :)

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  6. Nunca li Truman Capote, PAS, mas hei de colmatar essa falta. É dos grandes da Literatura Norte-Americana, ouço falar dele desde a faculdade.

    De nada, André, volte sempre :)

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