Nota: o conteúdo deste post foi traduzido de um artigo publicado num jornal católico alemão.
Nenhuma criança nasce como «ovelha negra». O seu temperamento, a sua constituição, os irmãos e a relação dos pais ocupam um papel importante, quando, numa família, há uma criança considerada difícil. Normalmente, a «ovelha negra» sente-se tratada com injustiça e falta de afeto. A psicóloga familiar Renate Lang diz que, uma vez estabelecido o papel de «ovelha negra», a criança adota esse padrão de comportamento. Muitas vezes, porém, ela é o bode expiatório dos conflitos gerados no seio da família e deixa de tentar obter o reconhecimento dos pais e um lugar na constelação dos irmãos.
Frequentemente, a «ovelha negra» é um espelho dos problemas existentes entre os pais, ou a história de vida de um deles, aspetos que, segundo Renate Lang, são dificílimos de aceitar pelos próprios progenitores. E, no entanto, não se trata de os culpar, ou julgar, pelos problemas do filho, mas, sim, de reconhecer quais os problemas que afetam toda a família. A psicóloga costuma iniciar a terapia familiar com a pergunta: «têm mais algum problema, além deste filho?» Costuma ser este o ponto de partida para avaliar toda a situação familiar sob outro prisma. Também é importante analisar como se desenrola a relação entre os irmãos. Há, na família, alguma «criança-exemplo», ou outros filhos a competir pela atenção e o reconhecimento dos pais?
Alguns conselhos (aos pais) para lidar com a «ovelha negra»:
- Veja-a com outros olhos! Afinal, trata-se do filho que ama. Consegue abençoá-lo e agradecer a Deus pela sua existência?
- Descreva exatamente o que o perturba no comportamento dessa criança e fale com ela sobre isso, calma e respeitosamente. Explique como e porque irá mudar o seu próprio comportamento em relação a ela e peça-lhe a sua ajuda (mesmo crianças pequenas entendem esta mensagem).
- Anote todos os aspetos positivos que encontra na sua «ovelha negra», mesmo os mais insignificantes, e diga-lhe, frequentemente, o que acha de bom nela.
- Evite marcar a criança com certas características e formas comportamentais, do género: «tu és tal e qual como o/a...»
- Não fomente a rivalidade entre os irmãos, ao compará-los, ou a dar um deles como exemplo!
- Separe os seus próprios problemas dos que a criança causa. Existem outros problemas, na família, na relação com o cônjuge, no emprego? Se acha que não consegue lidar com eles, procure ajuda profissional.
- Tente apurar se o comportamento da criança não terá causas orgânicas (alguma doença, ou síndrome).
- Despeça-se da imagem: «pais perfeitos numa família sempre harmoniosa»!
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