Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

4 de dezembro de 2013

Raça perigosa

Os cães das chamadas raças perigosas só costumam aparecer nas notícias por motivos extremamente negativos. Por isso, resolvi dar a conhecer um caso positivo.

Dylan, um menino alemão de dez anos, está em coma "acordado", desde que nasceu. Não sei se "acordado" é a palavra correta, em alemão diz-se Wachkoma e designa pacientes que, apesar de estarem em coma, têm os olhos abertos, mexem-se e, eventualmente, reagem a certos estímulos. Ninguém sabe se se apercebem, ou não, do que se passa à sua volta.

Os pais de Dylan sentem que não conseguem comunicar com o filho. Mas observam algo extraordinário: o menino parece reagir à cadela Tascha, na família há alguns anos. Tascha contacta com ele com toques de nariz e lambidelas, como todos os cães. E os pais são perentórios em afirmar que o filho reage com manifestações de alegria. Tascha é, assim, o único ser vivo que lhe desperta reações.




O problema é que Tascha é arraçada de American Staffordshire Terrier, uma raça considerada perigosa, e até proibida, no estado de Brandenburgo, para onde a família se mudou. Por isso, as autoridades avisaram a família que a cadela teria de ser entregue ao canil local. Os pais ficaram receosos que o filho sofresse com a separação e, como costuma acontecer nos dias de hoje, o assunto chegou às redes sociais.

Como também é hábito, desenvolveu-se uma grande onda de solidariedade a favor de Dylan e, por consequência, de Tascha. E a história acabou por ter um final feliz: a cadela passou a estar registada na morada de um parente residente em Berlim. Tratando-se de outro estado, em que aquela raça de cães é permitida, e conhecedor da situação de Dylan, o presidente da câmara da localidade onde a família mora declarou-se de acordo com a manutenção de Tascha, desde que lhe apresentem o documento de registo.

Esperemos que o caso fique mesmo por aqui, com este final feliz :-)


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