Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

17 de agosto de 2014

Excerto (2)

«Encostado à amurada do forte, reconheci no mar revolto, a uma distância de trezentos metros, a cor azul dos remos da embarcação de Rodolfo, onde ele e mais três homens lutavam contra as vagas que os queriam engolir. Subindo e descendo no mar côncavo, as ondas vigorosas empurravam cruelmente a indefesa Salmoura na direção do forte. Os pescadores lutavam tenazmente no interior do barco, afogados em água, e certamente também em choro que eu não ouvia e em lágrimas que não via. Quis saltar o paredão, descer aos rochedos junto à rebentação das ondas, agarrado à esperança de poder salvar o meu pai quando a embarcação se estoirasse num frémito de tábuas, ossos e sangue».

In "Os Azares de Valdemar Sorte Grande", António Breda Carvalho (Chiado Editora)




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