Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

2 de setembro de 2014

Nada como ler os clássicos (12)

E, desanuviado, sentindo as imagens e os dizeres surgirem como bolhas de uma água represa que rebenta, atacou esse lance do capítulo I em que o velho Tructesindo Ramires, na sala de armas de Santa Ireneia, conversava com seu filho Lourenço e seu primo D. Garcia Viegas, "o Sabedor", de aprestos de guerra... Guerra! Porquê? Acaso pelos cerros arraianos corriam, ligeiros entre o arvoredo, almogávares mouros? Não! Mas desgraçadamente, "naquela terra já remida e cristã, em breve se cruzariam, umas contra outras, nobres lanças portuguesas!..."
Louvado Deus! A pena desemperrara! E, atento às págimas marcadas num tomo da História de Herculano, esboçou com segurança a época da sua novela - que abria entre as discórdias de Afonso II e de seus irmãos por causa do testamento de el-rei seu pai, D. Sancho I.

In "A Ilustre Casa de Ramires", Eça de Queirós


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