O
povo dirigia-se aos magotes para a foz do Tejo. Todos queriam dar o seu contributo para a
expulsão dos infiéis, consideravam-se peregrinos em missão de fé. Os mais
pobres e miseráveis, gente sem eira nem beira, viam na campanha de Lisboa uma
oportunidade de mudança de vida. Famílias sonhavam com propriedades férteis em
terras de mouros; aventureiros e mendigos viam-se a arrebanhar as riquezas dos
pagãos; soldadeiras, rameiras e outras mancebas perguntavam-se se os cruzados,
estrangeiros à solta num reino desconhecido, não engraçariam com elas e não
lhes proporiam casamento. Muitos previam a ocorrência de milagres, numa
expedição levada a cabo por cruzados, comandados por el-rei D. Afonso, a quem
já surgira Jesus Cristo.
Jacinta limitava-se a ouvir sem se expressar.
Que pensassem o que quisessem! Sabia que só podia contar com uma pessoa: ela
própria. Na vida terrena, Deus só atuava se o descobríssemos dentro de nós.
Vê-Lo como uma entidade exterior e esperar que Ele nos resolvesse os problemas
não passava de ilusão. Só nós, em sintonia com Ele, sentindo-O no nosso
interior, estávamos em condições de mover montanhas.
Interesse marcou, reconquistar Lisboa e por dois parágrafos a Cristina Torrão liberta a história de séculos.
ResponderEliminarClaro, integrando o conceito a arte escrita.
ResponderEliminarJacinta, aqui, escudada na Fé e na força que vem de dentro.
Bj
Olinda