Este livro de Isabel Maria Fidalgo Mateus faz parte do Plano
Nacional de Leitura. Não faço ideia se é muito usado nas escolas, mas, na minha
opinião, deveria ser. Num tempo em que as crianças mal brincam na Natureza,
pois os ecrãs preenchem a sua vida, este livro de contos liga-nos a um outro
tempo e a um outro espaço, para nos pôr em contacto com brincadeiras e vidas
(transmontanas) esquecidas.
Cada conto é dedicado a uma brincadeira - o espeta, o saltar
à corda, as escondidas, o lencinho, o anelzinho, o peão, a fisga, a cabra-cega
-, enquadrando-se essa brincadeira num enredo, que tanto pode ser alegre, como
triste, mas que ensina sempre algo. Cada conto é um bom pretexto para reviver
esses jogos antigos com os alunos, ou com os filhos, e ao mesmo tempo discutir
a história que lhe serve de cenário e que nos mostra que a mentira não
compensa, ou que os nossos sonhos nem sempre se realizam, ou que a família e os
amigos são o mais importante, ou que muitos dos nossos atos têm consequências
surpreendentes, algumas desagradáveis.
Tudo isso faz parte da vida e devia fazer parte da
aprendizagem das crianças, porque os jogos de computador ou os contactos nas
redes sociais da internet podem
entreter, mas não nos dão o contacto corporal: o dar a mão, o construir alguma
coisa em equipa, o desenvolver de competências físicas e psicológicas.
Um livro importante contra o esquecimento.
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