Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

10 de março de 2016

O Trigo dos Pardais




Este livro de Isabel Maria Fidalgo Mateus faz parte do Plano Nacional de Leitura. Não faço ideia se é muito usado nas escolas, mas, na minha opinião, deveria ser. Num tempo em que as crianças mal brincam na Natureza, pois os ecrãs preenchem a sua vida, este livro de contos liga-nos a um outro tempo e a um outro espaço, para nos pôr em contacto com brincadeiras e vidas (transmontanas) esquecidas.

Cada conto é dedicado a uma brincadeira - o espeta, o saltar à corda, as escondidas, o lencinho, o anelzinho, o peão, a fisga, a cabra-cega -, enquadrando-se essa brincadeira num enredo, que tanto pode ser alegre, como triste, mas que ensina sempre algo. Cada conto é um bom pretexto para reviver esses jogos antigos com os alunos, ou com os filhos, e ao mesmo tempo discutir a história que lhe serve de cenário e que nos mostra que a mentira não compensa, ou que os nossos sonhos nem sempre se realizam, ou que a família e os amigos são o mais importante, ou que muitos dos nossos atos têm consequências surpreendentes, algumas desagradáveis.

Tudo isso faz parte da vida e devia fazer parte da aprendizagem das crianças, porque os jogos de computador ou os contactos nas redes sociais da internet podem entreter, mas não nos dão o contacto corporal: o dar a mão, o construir alguma coisa em equipa, o desenvolver de competências físicas e psicológicas.

Um livro importante contra o esquecimento.


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