Verifica-se hoje o
732º aniversário da morte de Afonso X de Leão de Castela, que ficou conhecido como
o Sábio. Afonso X era o avô materno de Dom Dinis e igualmente poeta. Deixou as
Cantigas de Santa Maria
para a posteridade, um conjunto de quatrocentas e vinte e sete
composições em galaico-português, à época, a língua fundamental da
lírica culta em Castela.
Como se vê, Dom Dinis tinha a quem sair, não só no que diz respeito à
poesia, como a outras medidas régias. Também o avô foi um grande
legislador, autor do
Fuero Real de Castilla, um conjunto de leis adaptadas às diversas regiões dos seus reinos, e das
Siete Partidas,
leis baseadas no direito romano. Afonso X determinou que os documentos
régios fossem redigidos em castelhano e não em latim, como era costume, e
como o neto Dinis viria a fazer com o português. Fundou igualmente a
Escola de Tradutores de Toledo, onde se traduziam documentos do árabe,
do grego e do latim para o castelhano. Inúmeros estudiosos de várias
nacionalidades se reuniram nessa Escola, pelo que o reinado de Afonso X
ficou conhecido por as três religiões - cristã, judaica e muçulmana -
terem convivido pacificamente em Toledo.
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Catedral de Toledo
Foto © Horst
Neumann
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Este rei poderoso e culto teve um fim amargo. Descontentes com a sua
política de centralização de bens na Coroa, os nobres revoltados
conseguiram depô-lo, substituindo-o por seu filho Sancho IV.
Afonso
X viveu os seus últimos anos em exílio, na cidade de Sevilha. Sua filha
Dona Beatriz, mãe de Dom Dinis, acompanhou-o nessa fase difícil, pelo
que o pai lhe deixou, em herança, as vilas de Moura, Serpa, Noudar e
Mourão. Graças a esta herança, Dom Dinis conseguiu alargar a fronteira
portuguesa para leste do Guadiana.
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Afonso X, o Sábio (imagem daqui) |
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Foi bom recordar Toledo. Adoro essa cidade!
ResponderEliminarSim, é uma "grande" e bonita cidade :)
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