Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

7 de dezembro de 2017

Sociedade Patriarcal (pormenores)




O número da revista Visão publicado no passado dia 6 de Abril dedicava várias páginas a pequenos e curiosos museus, situados fora dos grandes centros e que merecem uma visita, como o Museu do Sabão, em Belver, ou o Museu do Brinquedo Português, em Ponte de Lima.

Em Tomar, existe o Museu dos Fósforos. Neste caso, porém, não foi só a originalidade que me chamou a atenção. Num destaque, o artigo informa que, em 1980, o colecionador Aquiles da Mota Lima doou, ao município de Tomar, cerca de 43 mil caixas de fósforos, reunidas ao longo de 27 anos. Contudo, quando começamos a ler o pequeno artigo, deparamos com o seguinte:

«”Quando era mais nova, corria tudo desde cafés, tabernas, restaurantes, hotéis, fábricas e lojas à procura de caixas de fósforos”, diz Maria Helena Lima, 90 anos, filha do músico, maestro, realizador, jornalista e colecionador Aquiles da Mota Lima. “Cheguei a ir com a minha mãe a Madrid de propósito só para comprar caixas de fósforos”, recorda Maria Helena, diretora benemérita do Museu dos Fósforos, aberto em 1989, no Convento de São Francisco, em Tomar».

É certo que a seguir se diz que a coleção «começou a ser alimentada por Aquiles de Lima, em 1953, durante uma viagem a Londres para assistir à coroação de Isabel II». Mas uma pessoa fica com a impressão de que quem realmente contribuiu para que se reunissem tantas caixas de fósforos foram a filha e a esposa do ilustre cidadão. E, no entanto, o museu perpetuará apenas o nome do pai da família.


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