O número da revista Visão publicado no passado dia 6 de Abril dedicava várias páginas a
pequenos e curiosos museus, situados fora dos grandes centros e que merecem uma
visita, como o Museu do Sabão, em Belver, ou o Museu do Brinquedo Português, em
Ponte de Lima.
Em Tomar, existe o Museu dos Fósforos. Neste caso,
porém, não foi só a originalidade que
me chamou a atenção. Num destaque, o artigo informa que, em 1980, o colecionador
Aquiles da Mota Lima doou, ao município de Tomar, cerca de 43 mil caixas de
fósforos, reunidas ao longo de 27 anos. Contudo, quando começamos a ler o
pequeno artigo, deparamos com o seguinte:
«”Quando era mais nova, corria tudo desde cafés,
tabernas, restaurantes, hotéis, fábricas e lojas à procura de caixas de
fósforos”, diz Maria Helena Lima, 90 anos, filha do músico, maestro,
realizador, jornalista e colecionador Aquiles da Mota Lima. “Cheguei a ir com a
minha mãe a Madrid de propósito só para comprar caixas de fósforos”, recorda
Maria Helena, diretora benemérita do Museu dos Fósforos, aberto em 1989, no
Convento de São Francisco, em Tomar».
É certo que a seguir se diz que a coleção «começou a
ser alimentada por Aquiles de Lima, em 1953, durante uma viagem a Londres para
assistir à coroação de Isabel II». Mas uma pessoa fica com a impressão de que
quem realmente contribuiu para que se reunissem tantas caixas de fósforos foram
a filha e a esposa do ilustre cidadão. E, no entanto, o museu perpetuará apenas
o nome do pai da família.
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