Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

30 de março de 2025

Rapidinhas de História #24

A MUI COBIÇADA GALIZA (4)


 

Nota: as Rapidinhas de História vão fazer uma pausa. Regressam daqui a algumas semanas, com mais informações históricas sobre o período da formação de Portugal, informações recolhidas em estudos e teses que me foram postos recentemente à disposição.

24 de março de 2025

Um ano com D. Dinis (16)

 FORAIS DE MIRANDELA E DE BEJA

 

2015-01-05 Mirandela 081.JPGMirandela - Câmara Municipal © Horst Neumann

Verifica-se, durante o mês de março (não se sabe o dia), o 734º aniversário do foral de Mirandela e da confirmação do foral de Beja.

Acabara de nascer o futuro D. Afonso IV, herdeiro de D. Dinis, e no foral de Mirandela, o rei referiu, com orgulho, o mesmo ser concedido juntamente com a rainha «e com os meus filhos Infantes Dom Afonso e Dona Constança». A filha tinha pouco mais de um ano.

 

2010-09-07 2 Beja 030.JPG

Castelo de Beja © Horst Neumann

 

20 de março de 2025

Um ano com D. Dinis (15)

CANTIGA DE AMOR DE D. DINIS

 

Ao som dos alaúdes, Pêro Anes Coelho entoou os primeiros versos da cantiga de autoria de Dinis. A amada era informada de que seu amigo andava tão triste, que já quase não podia falar:
        
    O voss’ amig’, amiga, vi andar
    tam coitado que nunca lhi vi par,
    que adur mi podia já falar,

Os outros dois trovadores juntaram-se-lhe no refrão. O apaixonado suplicava que fossem rogar à amada que tivesse mercê dele:

    pero quando me viu disse-m’ assi:
    «Ai, senhor, id’ a mia senhor rogar
    por Deus que haja mercee de mi.»

Era um poema em jeito de recado. A corte e os convidados seguiam encantados como Pêro Anes Coelho anunciava o coitado haver perdido o juízo e o ânimo:

    El andava trist’ e mui sem sabor,
    como quem é tam coitado d’ amor
    e perdudo o sem e a color,

E, de novo, se lhe juntaram os outros no refrão:

    pero quando me viu disse-m’ assi:
    «Ai, senhor, id’ a mia senhor rogar
    por Deus que haja mercee de mi.»

Embora descrevesse um sofrimento, a cantiga possuía uma melodia leve e muito ritmo, na mudança entre o solista e o refrão.

    El, amiga, achei eu andar tal
    como morto, ca é descomunal
    o mal que sofr’ e a coita mortal,
    pero quando me viu disse-m’ assi:
    «Ai, senhor, id’ a mia senhor rogar
    por Deus que haja mercee de mi.»

 (Excerto do meu romance "Dom Dinis . a quem chamaram O Lavrador")

Nota: Todas as Cantigas de Amigo transcritas no meu romance são originais de D. Dinis, embora seja fictício o contexto em que são inseridas.

18 de março de 2025

Um ano com D. Dinis (14)

O FIM DOS TEMPLÁRIOS

 

Jacques de Molay.jpg

A 18 de março de 1314, Jacques de Molay, Mestre dos Templários franceses, assim como outros grandes dignitários da Ordem, foram queimados em Paris, por ordem de Filipe IV. Foi o culminar da grande campanha de difamação, levada a cabo pelo monarca francês.

Ao ser queimado, Jacques de Molay fez uma profecia: ainda antes do fim desse ano de 1314, os dois maiores responsáveis pela destruição dos Templários morreriam.

A profecia cumpriu-se. O papa Clemente V morreu passado cerca de um mês, a 20 de abril, com cinquenta anos. E o rei francês Filipe IV acabaria por sucumbir a um acidente de caça, a 29 de novembro, com apenas quarenta e seis.

 

Clemente e Filipe.jpg

 

Nota: os links das imagens, que copiei nove anos atrás, deixaram de funcionar. Fiquei assim sem referência, pelo que peço compreensão aos visados.

 

14 de março de 2025

Um ano com D. Dinis (13)

ORDEM DE CRISTO

Ordem de Cristo.jpg

Faz hoje 706 anos que foi instituída, no reino de Portugal, a Ordem de Cavalaria de Nosso Senhor Jesus Cristo, através da bula Ad ea ex quibus de João XXII. O papa determinava que a nova Ordem se destinava a manter a cruzada religiosa contra os sarracenos. Atribuiu-lhe a regra de Calatrava, sujeitou-a à jurisdição do abade de Alcobaça e colocou a sua sede em Castro Marim.

A Ordem de Cristo veio substituir a dos Templários, suprimida pelo papa Clemente V, influenciado pelo rei francês, Filipe IV, que tudo fez para difamar os cavaleiros do Templo.

Na Península Ibérica, porém, a campanha de difamação não encontrou grande eco, devido à fama dos Templários, criada nas lutas da Reconquista. À semelhança dos outros reis hispânicos, D. Dinis protegeu a Ordem e promoveu diligências para que uma outra fosse criada, entregando à Ordem de Cristo todos os bens que tinham pertencido aos Templários. Teve, no entanto, de enfrentar alguma oposição interna:

Em Março, quando se deu início à construção de um claustro no mosteiro de Alcobaça, Dinis recebeu notícias da Santa Sé confirmando os receios do Mestre. Numa bula de 22 de Novembro, intitulada Pastoralis praeeminentiae, Clemente V recomendava a todos os príncipes da Cristandade a prisão dos Templários e a confiscação dos seus bens. Dinis entrou em contacto com o genro Fernando IV e o cunhado Jaime II e resolveu-se não se tomarem medidas, enquanto se aguardava pelo resultado do inquérito do clero hispânico.

Em Abril, quando Dinis chegou à Beira, constatou tal resolução estar longe de agradar a toda a gente. O bispo da Guarda D. Vasco Martins de Alvelos advogava o cumprimento das recomendações do pontífice:

- Ignorais uma bula papal? E olvidais que Jacques de Molay confessou os pecados mais terríveis? Heresia, usura, sodomia! Se os franceses se davam a essas práticas repugnantes, os hispânicos não serão mui diferentes…

- Credes realmente que os freires do Templo fomentavam tais costumes? - contrapôs Dinis. - Sob tortura, qualquer um é levado a confessar, principalmente, o que não fez. Além disso, o Mestre francês desmentiu a sua confissão dois meses mais tarde.

- O que prova a sua falta de carácter.

- Ou constatar o não cumprimento de certas promessas?

O bispo olhou o seu monarca desconfiado:

- Que quereis dizer?

- Frei Vasco Fernandes é de opinião que Jacques de Molay terá confessado os crimes, acima de tudo, perante a promessa de que, se o fizesse, os restantes irmãos seriam poupados aos suplícios por ele próprio já experimentados. Mais tarde, ao verificar tal não passar de um artifício, desmentiu a sua confissão.

- Ora, Alteza, é claro que eles se protegem uns aos outros. A opinião de Frei Vasco Fernandes, neste caso, é mais do que suspeita.

- Tenho Frei Vasco Fernandes em grande estima e confio no seu juízo. Como aliás em todos os membros portugueses da Ordem. Bem sabeis como eles sempre lutaram com bravura contra a ameaça sarracena e como a sua presença é preciosa em muitos pontos da fronteira, garantindo a defesa e o povoamento.

In "Dom Dinis - a quem chamaram o Lavrador"

 

Nota: o link que utilizei, há nove anos, para identificar a imagem que ilustra este postal, já não existe. Fiquei assim sem qualquer tipo de referência, pelo que peço a compreensão dos visados.

11 de março de 2025

Um ano com D. Dinis (12)

AS VILAS A LESTE DO GUADIANA

11 de Março é uma data simbólica da nossa história recente. Mas também o foi há 746 anos.

A 11 de março de 1281, o rei D. Afonso X de Leão e Castela concedeu terras e igrejas aos Hospitalários, a título de escambo, para os compensar da perda de Moura, Serpa, Noudar e Mourão. O monarca castelhano pretendia doar estes lugares e vilas à filha D. Beatriz, rainha-viúva de Portugal. D. Beatriz tinha-se refugiado na corte castelhana, depois de enviuvar, por desentendimentos com o filho D. Dinis.

 

DinisQuadro.jpgImagem de D Dinis, publicada na História Universal da Literatura Portuguesa (2006)

 

Depois de aguardar uns momentos, Dinis inquiriu:

- As vilas de Moura, Serpa, Noudar e Mourão continuam em vosso poder, não é verdade?

- Sim, com todos os seus termos, castelos, rendas e direitos. Foi essa a recompensa de vosso avô, por eu lhe haver prestado assistência.

- Presumo então nada terdes contra o facto de integrá-las no reino de Portugal.

Beatriz fixou-o pensativa e, assim pareceu a Dinis, um pouco acusadora. Na verdade, o rei receava que ela dissesse ele não merecer tal, por ter abandonado o avô. Mas ela acabou por retorquir:

- Longe de mim contrariar vosso pai nessa questão.

- Meu pai?!

- Fosse ele vivo, não tenho a menor dúvida de qual seria a sua vontade.

Para Dinis, aquela era uma vitória de sabor amargo. Sua mãe concordava em alargar a fronteira portuguesa para leste do Guadiana, mas, pelos vistos, não porque ele merecesse, ou por ela lhe querer dar esse gosto.*

 

Foi graças a esta herança de sua mãe, que D. Dinis pôde alargar a fronteira portuguesa para leste do Guadiana, alargamento confirmado no Tratado de Alcañices, a 12 de Setembro de 1297.

 

*Excerto do meu romance "Dom Dinis - a quem chamaram O Lavrador"

8 de março de 2025

8 de Março

Publiquei este vídeo ontem à noite, no YouTube, Facebook e Instagram. Tem sido dos vídeos menos vistos de minha autoria. Penso que o tema é desconfortável demais. No Dia da Mulher, elogiam-se as capacidades e as características das mulheres, relembram-se as suas lutas, recorda-se o quanto há ainda para fazer. Tudo indubitavelmente importante. Estou, porém, convencida de que as mudanças apenas serão completas, quando o estatuto das prostitutas mudar também. As prostitutas são estigmatizadas, os seus clientes não. É preciso uma mudança de mentalidades. Enquanto os homens considerarem que é de seu direito comprar sexo, usando uma mulher como um produto, não pode haver igualdade.

Quando se fala de mulheres, ninguém se lembra delas. Apagam-se, como se não existissem. E, no entanto, são mulheres como as outras. Mulher é mulher. Seja a mãe mais considerada, seja a que vende o seu corpo. 


 

 

7 de março de 2025

Um ano com D. Dinis (11)

CERCO A COIMBRA

A 7 de março de 1322, D. Dinis cercou a cidade de Coimbra. O reino português encontrava-se em plena guerra civil, entre o rei e o seu herdeiro, futuro D. Afonso IV. O príncipe havia tomado posse de Coimbra, pela força, a 31 de dezembro de 1321. Naquele dia de março, também D. Isabel para lá se dirigiu, deixando o seu desterro em Alenquer, ordenado pelo próprio D. Dinis, que a acusava de pactuar com o filho. Esta guerra desgastou muito o rei, pode mesmo ter acelerado a sua morte.

Como se vê, havia um grande drama familiar por trás da guerra que dilacerou o reino português no início do século XIV. Não deixa de ser estranho, tendo em conta os protagonistas: um rei culto, justo e amigo do povo; uma rainha exemplar; o filho dos dois.

DinisCoimbra.jpgPormenor da estátua de D. Dinis em Coimbra

Vendo a derrota à frente, Dinis pediu a Isabel:

- Suplico-vos que arranjeis guisa de estabelecer a paz sem que haja vencedor nem derrotado.

- Pedis-me o impossível.

Dinis aproximou-se dela e, pegando-lhe nas mãos, insistiu:

- Intercedei junto de Deus! Diz-se já haverdes feito milagres… Não o podereis tornar a fazer?

A rainha engoliu em seco e replicou:

- A graça de fazer milagres só é concedida quando Deus assim o entende, não depende da minha vontade. Sou um mero instrumento nas Suas mãos.

- Quereis dizer nada poderdes fazer por mim?

Ela fechou os olhos por um momento e quando os abriu, disse:

- Darei o meu melhor. Mas haverei mister de auxílio, de um mediador, a quem Afonso dê realmente ouvidos. E não me ocorre mais ninguém tão adequado como o conde de Barcelos.

Dinis estremeceu perante a menção daquele seu bastardo, por ele próprio destituído do cargo de alferes-mor e da maior parte das suas rendas, obrigando-o ao exílio. Até àquele momento, considerara-o um traidor. Agora, deu consigo a perguntar:

- Pensais que ele consentirá em falar comigo?

- Com certeza. Pedro Afonso é uma alma gentil, que não guarda rancor… E que vos ama e respeita como ninguém.*

 

Graças às intervenções de D. Isabel e do conde D. Pedro de Barcelos, o rei retirou para Leiria e o infante para Pombal. Em Maio, encontraram-se em Leiria e assinaram um acordo de paz. D. Dinis, porém, que já passara dos sessenta, foi acometido de doença grave à sua chegada a Lisboa.

 

Nos piores momentos da sua enfermidade, os cuidados e a dedicação de Isabel provaram ser imprescindíveis. O rosto dela iluminava o dia mais triste, a sua voz confortava, a sua serenidade dava confiança e coragem e o toque das suas mãos era bálsamo para almas aflitas. Isabel era a esperança transformada gente, como se Deus houvesse decidido dar uma forma humana a esse sentimento. E, apesar de haver amado outras mulheres e de, muitas vezes, haver odiado a rainha, Dinis não desejaria ter qualquer outra perto de si naquelas horas difíceis.*

 

D. Dinis melhorou. Mas a paz assinada com o filho foi quebrada cerca de ano e meio mais tarde, depois das Cortes de Lisboa, em Outubro de 1323. A guerra civil entraria na sua última fase.

 

Afonso IV Selo.jpgD. Afonso IV

 

* Excertos do meu romance "Dom Dinis - a quem chamaram o Lavrador"

 

1 de março de 2025

Um ano com D. Dinis (11)

 FORAL DE ALFAIATES

 

 

Alfaiates Brasão.png

 

A 1 de Março de 1297, D. Dinis concedeu foral a Alfaiates, freguesia do concelho do Sabugal, embora esta localidade leonesa só tivesse sido oficialmente integrada em Portugal no Tratado de Alcañices, a 12 de Setembro desse mesmo ano.

 

28 de fevereiro de 2025

Um ano com D. Dinis (10)

 INFANTA D. BRANCA DE PORTUGAL

 

Faz hoje 766 anos que nasceu a Infanta D. Branca de Portugal, a irmã mais velha de D. Dinis, primeira filha de seus pais D. Afonso III e D. Beatriz de Castela. Recebeu o nome da tia-avó paterna, Branca de Castela, regente em França durante a menoridade do filho Luís IX. Esta rainha acolhera o sobrinho Afonso (futuro Afonso III), na corte francesa.

D. Branca recebeu de seu avô Afonso X de Leão e Castela a herança de 100 000 marcos, que lhe deveria servir de dote. Porém, a infanta teve uma doença grave, pouco depois da morte do avô, prometendo dedicar a sua vida ao mosteiro de Las Huelgas de Burgos, caso sobrevivesse. Assim aconteceu e D. Branca usou o dote na reconstrução do mosteiro.

 

Manesse G 9.jpg

Codex Manesse

Apesar de ter vivido longe de Portugal, a infanta manteve o contacto com o irmão Dinis, auxiliando-o em várias situações, nomeadamente, servindo de mediadora entre o rei e o irmão mais novo, nas revoltas que este levou a cabo.

Branca não professou, mas ficou conhecida como uma das maiores benfeitoras do mosteiro de Las Huelgas de Burgos e foi lá sepultada. Apesar de não ter casado, terá tido uma relação amorosa com o mestre carpinteiro responsável pelas obras do mosteiro, tendo dado um filho à luz, que foi incluído na nobreza castelhana (um episódio não esclarecido).

A infanta D. Branca morreu a 17 de abril de 1321. A sua sepultura pode ser visitada no referido mosteiro.

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Lancastermerrin88, CC BY-SA 4.0

 

 

27 de fevereiro de 2025

Um ano com D. Dinis (9)

 FUNDAÇÃO DO MOSTEIRO DE ODIVELAS

Mosteiro de Odivelas.jpg

Imagem Câmara Municipal de Odivelas

 

Faz hoje 730 anos que D. Dinis fundou o Mosteiro feminino cisterciense de Odivelas.

A 27 de fevereiro de 1295, deu-se lugar à cerimónia do lançamento da primeira pedra do mosteiro de São Dinis, em Odivelas, uma planície atravessada por um riacho e entre três pequenos montes: Luz, Togais e São Dinis. Seria construído um imponente edifício, que abrigaria cerca de oitenta monjas pertencentes à Ordem de São Bernardo, tal como os frades de Alcobaça.

Dinis presidiu à cerimónia, juntamente com a rainha e os dois filhos, e doava ao mosteiro todos os bens que possuía em Odivelas: vinhas, pomares, hortos, moinhos e azenhas, além de uma capela, casas e edifícios, onde a comunidade viveria durante a construção do convento. Também lhe doava outros bens na Charneca, em Pombeiro, Xabregas e Alenquer, incluindo o padroado da igreja de Santo Estêvão daquela vila. E, abrindo uma exceção nas leis de desamortização que ele próprio promulgara, autorizava a nova instituição a herdar os bens de raiz das suas monjas.

No seu discurso, o monarca referiu que aquele mosteiro seria construído

especialmente em honra e louvor de São Dinis e de São Bernardo, pelas nossas almas e dos Reis que antes de nós foram, e em remissão dos nossos pecados e dos nossos sucessores, fundamos e fazemos de novo em a nossa câmara de morada, que nós havíamos no termo da nossa cidade de Lisboa, no lugar que é chamado de Odivelas.

(excerto do meu romance)

Conforme foi seu desejo, D. Dinis foi sepultado neste mosteiro. Há cerca de dez anos, foi chamada a atenção para o avançado estado de degradação em que se encontrava o túmulo. Criou-se a página do Facebook  Vamos salvar o túmulo do rei D. Dinis, iniciativa que deu frutos. Não só o túmulo foi restaurado, como foi possível fazer a reconstrução facial do Rei Lavrador. Estão programadas mais revelações sobre ele, ao longo deste ano.

D. Dinis majestoso Nuno Luís FB.jpg

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