Tenho o prazer de comunicar que a leitura do meu romance sobre o D. Dinis tornou a agradar, desta vez, ao Manuel Cardoso, do blogue Dos Meus Livros. Prezo muito esta opinião, porque o Manuel Cardoso revela conhecimento da época:
Estávamos numa época de charneira no plano cultural: o advento da arte gótica na Península, a escola de tradutores de Toledo que divulgava a cultura clássica, a promoção das línguas nacionais, a afirmação das Universidades, etc, construíram um ambiente cultural que, num contexto de laicização crescente da cultura, anunciavam uma espécie de pré-renascimento.
É interessante esta ideia de pré-renascimento, pois o século XIV talvez tenha sido o último verdadeiramente medieval, o XV anuncia já a mutação para o Renascimento.
Mas vamos à opinião, propriamente dita:
Com grande cuidado na fidelidade à verdade histórica, a autora presenteia-nos com um romance histórico de rara qualidade.
A sua política (de D. Dinis) foi, de facto, brilhante por ter sido “revolucionária” em três planos: político, económico e social (...) Mas a parte final do seu reinado acabou por ser problemática (...) Dinis teria grandes desafios a enfrentar (...), que Cristina Torrão narra com grande envolvência dramática, conferindo a este livro uma riqueza literária impressionante.
O encanto da Rainha Santa, a coragem de Dinis e a tremenda teia de interesses que se gerava nos reinos ibéricos são aspectos que Cristina Torrão desenvolve com mestria, tornando este livro indispensável a quem aprecia a literatura de qualidade. Uma surpresa muito agradável mas também um verdadeiro manual de história em forma de romance.
O contraste com o carácter rígido mas também mundano de Dinis dá à descrição da Raínha Santa um encanto especialíssmo. Chega a ser comovedora a forma como Cristina Torrão nos apresenta esta grande Raínha.
É gratificante ver o nosso trabalho reconhecido: dois anos a fazer pesquisas, a organizá-las e a envolvê-las num enredo, que se quer, ao mesmo tempo, interessante e lógico, pondo em relevo os comportamentos humanos. Sendo uma estudiosa de psicologia, dou uma importância fulcral aos motivos que levam as minhas personagens a agir de determinada maneira, um aspecto que me é bem mais importante do que executar acrobacias linguísticas. Pretendo criar personagens de carne e osso e, não, meros figurantes, que se limitam a agir conforme as circunstâncias.
Atendendo às palavras do Manuel Cardoso, penso que o consegui em pleno :-)
(Opinião igualmente publicada em Destante).
Olá Cristina
ResponderEliminarpara mim é um orgulho enorme ler o que escreveu; mas foi um prazer maior ainda ler este livro. Acho que, finalmente, temos alguém a escrever bons romances históricos em Portugal.
Um grande abraço e, por favor, continue a deliciar-nos com a sua escrita.
apoiado!
ResponderEliminar