Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

2 de abril de 2011

A Nossa Criança Interior II




Entrar em contacto com a nossa Criança Interior é um exercício que nos ajuda a estarmos em harmonia com nós mesmos, a vencer os nossos medos e a tomarmos as decisões certas. Mencionei o livro da americana Erika J. Chopich e hoje falo do outro,  Das innere Kind umarmen (Abraçar a Criança Interior), da alemã Kim-Anne Jannes (Knaur 2008), que nos diz coisas como (tradução minha):

"Devemos tratar de nós próprios como, em criança, desejaríamos que os nossos pais nos tratassem."

“Se adopta uma atitude negativa em relação a si próprio e imagina, de princípio, uma conclusão desfavorável dos seus projectos, então, as hipóteses de sucesso são realmente mínimas. Pensamentos positivos têm mais ou menos o mesmo efeito, como se os seus pais lhe dissessem: Tu consegues!, Tu podes!, Eu acredito nas tuas capacidades!, Amo-te, tal e qual como tu és!
Não é uma sensação formidável? Consegue sentir a energia que paira por trás destas afirmações? Com confirmações destas consegue-se viver e progredir melhor. Por isso, confirme-se a si próprio com a força dos pensamentos, independentemente do facto de os seus pais o fazerem, ou não.”

Embora a maioria dos pais se esforce por dar uma boa educação aos filhos, em vez de palavras positivas, muitas vezes dizem algo como: seu palerma, seu teimoso, seu burro, seu desajeitado, nunca aprendes. Bem, o dia-a-dia é cansativo e ninguém é de ferro. Mas deviam-se evitar este tipo de expressões, porque as crianças acreditam nos pais (mesmo que o não admitam) e interiorizam o que eles dizem. E lá se vai a auto-estima, tão importante, para se ser feliz.





No post anterior, citava José Saramago, aqui, cito mais uma figura da literatura internacional: Antoine de Saint-Exupéry, na sua dedicatória do Principezinho (destaques meus):


«A Léon Werth.
Peço perdão às crianças por dedicar este livro a uma pessoa grande. Tenho uma desculpa séria: essa pessoa grande é o melhor amigo que tenho no mundo. Tenho outra desculpa: essa pessoa grande é capaz de compreender tudo, mesmo os livros para crianças. E tenho uma terceira desculpa: essa pessoa grande mora em França, onde passa fome e frio. Bem precisa de ser consolada. Se todas estas desculpas não chegarem, gostava de dedicar este livro à criança que essa pessoa grande já foi. Todas as pessoas grandes já foram crianças. (Mas poucas se lembram disso.) Corrijo, a minha dedicatória:
A Léon Werth,
Quando ele era Rapazinho.»

(Um agradecimento ao blogue da livraria  Pó dos Livros que me chamou a atenção para esta dedicatória).

4 comentários:

  1. Eu ainda me vejo de trancinhas...:)

    (PS - que cachorrinho tão querido!!)

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  2. Bem, eu chamo borrancas às minhas filhas... é o meu lado menino...

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  3. Valeu a pena passar aqui hoje Cristina.Vou gravar na memória essa frase : "Devemos tratar de nós próprios como, em criança, desejaríamos que os nossos pais nos tratassem."
    Obrigado.

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  4. Blonde, o importante é que te vejas assim e te lembras do que essa menina de trancinhas gostava.

    Brincadeiras são permitidas, implume ;)

    Ainda bem, António, com todo o gosto :)

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