Enquanto ela dormia, os outros marchavam ao encontro do seu objetivo.
Ouviam-se
os seus passos.
Uma
marcha ecoava na escuridão.
Uma voz
ergueu-se:
Grândola,
vila morena
Terra
da fraternidade
O
povo é quem mais ordena
Dentro
de ti ó cidade
Os
soldados libertadores iniciavam a sua marcha e os seus passos serviam de fundo
à voz melódica de Zeca Afonso, nessa noite fria, de quarta para quinta-feira:
Em
cada esquina um amigo
Em
cada rosto igualdade
Grândola
vila morena
Terra
da fraternidade
Uma
revolução dificilmente poderia arrancar de forma mais poética.
Talvez
isso nos venha da nossa alma moura, a mesma que nos ensinou o que significa a
palavra «saudade». Como todas as melodias de cariz alentejano, a Grândola possui aquele inconfundível
toque árabe…
À
sombra duma azinheira
Que
já não sabia a idade
Jurei
ter por companheira
Grândola
tua vontade
Nessa «noite
solene», como Salgueiro Maia lhe chamou, transpareceu a nossa alma moura. Como
não podia deixar de ser… E mais ninguém enviaria, pelo Natal, de lágrimas nos
olhos e de microfone na mão, mensagens pela TV.
O Relvas devia vir aqui, pelo menos para aprender a letra...
ResponderEliminar:-D
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