Custara-lhe ir passar as férias de Natal a casa. A
separação de Leonel, ainda que temporária, tomava proporções de tragédia. Claro
que nada contou à família, não podia revelar que tinha um namorado que
rejeitava o governo do Professor Marcello Caetano, por quem o pai sentia grande
admiração. Porém, numa tarde em que assistiam, pela televisão, às mensagens de
Natal dos militares no Ultramar, com a mãe em queixumes por o filho estar quase
em idade de tropa, ela não evitou proferir: «esta guerra não faz sentido e
acabará em breve».
Manuela
lançou-lhe os olhos escancarados, de profunda estupefação, como se a filha
tivesse dito que, no dia seguinte, uma nave de extraterrestres aterraria no seu
quintal.
O governo do Prof. Marcelo Caetano foi já muito mais moderado, comparativamente com de António salazar. Foi no governo de Caetano que Portugal começou a abrir-se para o mundo e as reformas sociais começaram a acontecer, como por exemplo, as reformas para os trabalhadores que nunca tinham efetuado descontos para a segurança social.
ResponderEliminarQuando se deu o 25 de Abril, tinha 18 anos e onde eu morava, existiam delegações do PS e do MRPP que eu frequentava e onde eram debatidos assuntos políticos sem que a polícia do estado impedisse. Ah e no MRPP, as miúdas eram muito mais liberais que as outras...
;) ;) ;)
Pelo que tenho lido, houve essa abertura com Marcelo Caetano, sim, mas foi mais no início. Ao ver que as coisas ameaçavam sair dos eixos, terá aumentado a repressão por parte da PIDE a partir do Outono de 1973.
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