«As gentes miúdas, essas, já se habituaram às
regulares desavenças entre os dois reinos. Choram a destruição e a míngua nas
colheitas, sofrem com o fogo botado nas casas, adoecem e morrem com a água
envenenada nos poços, perdem os filhos, resignam-se pelas raparigas desonradas
e tomadas à força pelos invasores. Nesta terra, constantemente martirizada
pelas disputas dos grandes senhores, o povo aprendeu a resistir. Tudo se
aguenta, desde que haja um naco de pão negro para enganar o bandulho».
In "A Esmeralda do Rei", Paulo Pimentel (Edições Mahatma)
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