Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

11 de junho de 2015

Livro Sem Ninguém





Embora não o conheça pessoalmente, aprecio muito o Pedro Guilherme-Moreira por, além de escrever muito bem, me parecer uma pessoa sincera, humilde e dona de uma grande (enorme) sensibilidade. Estas impressões são-me transmitidas por aquilo que leio no seu blogue, que sigo há alguns anos (foi mesmo dos primeiros blogues que comecei a seguir) e pelo que ele vai postando no Facebook.

Por isso me custa dizer que este livro não me cativou. Está bem escrito, sim, mesmo muito bem; é um «romance profundamente original», sim, como diz a sinopse da contracapa. E, no entanto...

Admito que o defeito seja meu, confesso que me perdi num livro sem personagens. Elas estão lá, mas apenas pelos objetos em que tocam, ou que mudam de sítio, por pegadas na terra, por uma bola que rola, pelo que põem a secar, pelo que se esquecem num banco de jardim, etc. Mas perdi-me nas inúmeras descrições da montra da florista, ou em mais uma repetição de que certos óculos estão novamente na mesa do café, ou à décima vez que se refere que o lenço assim-assim está novamente pendurado...

Acho que preciso mesmo das personagens, das suas expressões, das suas ações, dos seus gestos, dos seus pensamentos, de fazer a sua análise psicológica. Neste exercício literário interessante e original, faltou-me a vida.

Há muitos posts do IGNORÂNCIA que me entram no coração. Mas este livro...

1 comentário:

  1. Gostei logo da capa (que muitas vezes me engana nos livros...), mas depois do que escreveste não fiquei com grande vontade...

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