Embora
não o conheça pessoalmente, aprecio muito o Pedro Guilherme-Moreira por, além
de escrever muito bem, me parecer uma pessoa sincera, humilde e dona de uma
grande (enorme) sensibilidade. Estas impressões são-me transmitidas por aquilo
que leio no seu blogue, que sigo
há alguns anos (foi mesmo dos primeiros blogues que comecei a seguir) e pelo que ele vai postando no Facebook.
Por isso
me custa dizer que este livro não me cativou. Está bem escrito, sim, mesmo
muito bem; é um «romance profundamente original», sim, como diz a sinopse da
contracapa. E, no entanto...
Admito
que o defeito seja meu, confesso que me perdi num livro sem personagens. Elas estão
lá, mas apenas pelos objetos em que tocam, ou que mudam de sítio, por pegadas
na terra, por uma bola que rola, pelo que põem a secar, pelo que se esquecem
num banco de jardim, etc. Mas perdi-me nas inúmeras descrições
da montra da florista, ou em mais uma repetição de que certos óculos estão
novamente na mesa do café, ou à décima vez que se refere que o lenço
assim-assim está novamente pendurado...
Acho
que preciso mesmo das personagens, das suas expressões, das suas ações, dos
seus gestos, dos seus pensamentos, de fazer a sua análise psicológica. Neste
exercício literário interessante e original, faltou-me a vida.
Há
muitos posts do IGNORÂNCIA que me entram no coração. Mas este livro...
Gostei logo da capa (que muitas vezes me engana nos livros...), mas depois do que escreveste não fiquei com grande vontade...
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