«Estava-se no Verão de 1976. Mário Soares acabara de tomar posse como Primeiro-Ministro, depois de ganhar as primeiras eleições legislativas. Um conhecido de Leonel tornara-se Secretário de Estado do governo minoritário do PS e, sabendo que ele acabara de se formar, ofereceu-lhe um lugar de assessor.
Leonel não pensara em seguir a carreira política. Se o fizesse, aliás, via-se mais nas fileiras de um partido como a UDP, já que o partido que se formara a partir das Brigadas Revolucionárias se tinha ficado por uma votação irrisória.
(...)
Na verdade, também a integração do amigo no governo PS o surpreendia, um amigo que igualmente andara metido em organizações marxistas-leninistas. O Secretário de Estado cozido de fresco lembrou-lhe, porém, que os tempos revolucionários já tinham passado à História. O futuro estava com Mário Soares e os Socialistas, seria essa a esquerda portuguesa! O PCP jamais alcançaria votação suficiente para ser alternativa de governo, para já não falar da UDP e quejandos.
- Leonelzinho, isto, daqui prá frente, vai ser assim: ou o PS, ou a direita!»
Sem comentários:
Enviar um comentário