Traduzo, do alemão, o intrigante texto do jornalista Burkhard Jürgens,
correspondente em Roma do jornal católico KirchenZeitung e que
acompanhou o papa Francisco a Fátima. O texto foi publicado na edição nº 21 daquele
jornal, com a data de 28 de Março de 2017:
«O conteúdo dos discursos oficiais do papa nunca são encarados de ânimo
leve. Por isso, nós jornalistas ficámos intrigados, quando ele, em Fátima,
falou de si próprio como “o bispo vestido de branco”.
Foi uma escolha de palavras eletrizante: tem origem no assustador “terceiro
segredo” de Fátima - a tenebrosa imagem de um bispo a ser abatido por soldados.
João Paulo II relacionou-o com o atentado por ele sofrido em 1981.
Mas então onde queria chegar o papa Francisco, ao referir-se a isso, na
Capela das Aparições? Relativizava a interpretação do seu antecessor? Via-se
ele próprio em perigo?
Prosseguindo a oração, Francisco revelou querer “louvar o Senhor para toda
a eternidade… rodeado de luz”. Um prenúncio de morte?, perguntou um colega.
Estará o papa doente?
No voo de regresso a Roma, quisemos saber: “Santidade, o que queria dizer
com o bispo de branco?” A sua resposta espantou-nos: “A oração… isso não foi
escrito por mim, foi pelo Santuário. Eu próprio igualmente me perguntei o que
queriam eles dizer com aquilo”.
Ainda bem que nós jornalistas não estávamos sozinhos na tentativa de resolver
o enigma».
E agora pergunto-me eu sobre o significado de tudo isto. Pelos vistos,
Fátima insiste na imagem do “bispo de branco”, mesmo depois de ter sido
identificada com João Paulo II. Porquê?
Pelos vistos, nem o próprio papa sabe…
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