Este livro é aquilo que, na Alemanha, se intitula de Belletristik e que nós costumamos apelidar de literatura de
entretenimento. Mas, mesmo não aprofundando as suas personagens e não sendo
muito literário, Mário Zambujal é um escritor/jornalista muito experiente, pelo
que estamos perante uma escrita correta, fluida e criativa e um enredo muito
bem engendrado, com lugar para viragens inesperadas, bem ao gosto do leitor que
exige divertimento com nível. O próprio selo a indicar a 3ª edição caracteriza
este romance como «o mais divertido do ano».
Mário Zambujal conta-nos a história do jovem Filipe que, mais por acaso do
que por mérito próprio, se torna jornalista. Há lugar para as suas paixões
adolescentes, a sua primeira experiência sexual e um amor arrebatado que o leva
ao Brasil, apenas para regressar a Lisboa no dia seguinte, ao descobrir que a
sua amada está de casamento marcado. Esta paixão, contudo, acaba por o envolver
numa bizarra história de traficantes de droga, acabando mesmo como suspeito de
um assassínio. A coroar a obra, temos um final inesperado, que não deixa de ser
feliz. Só não entendi o título, mas, enfim, ninguém é perfeito.
O estilo leve e bem-humorado de Mário Zambujal faz deste livro uma boa leitura de férias, pois não exige uma concentração especial. Tem aliás um defeito, na minha opinião: não se consegue libertar totalmente de um certo machismo que modela as mulheres aos desejos masculinos. O autor contém-se bastante, em várias cenas, por isso, até estava capaz de fechar os olhos. Há uma passagem, porém, que não posso “perdoar”. Filipe separa-se da sua companheira, com quem vive numa união de facto há vários anos, por estar apaixonado por outra mulher. Deixa a situação arrastar-se bastante, mas, façamos-lhe justiça: separa-se, antes de entrar em vias de facto com a sua paixão. Até aqui, tudo bem. Graziela, a companheira, apesar de toda a tristeza e revolta, aceita a situação com grande dignidade. Nessa manhã, Filipe sai de casa para o trabalho, dizendo-lhe que, ao serão, regressará apenas para reunir os pertences necessários que lhe permitam dormir num hotel. E o que encontra, ao chegar a casa? A malinha feita! Graziela, a mulher digna e independente, dona do seu nariz, faz-lhe a malinha, como uma mamã dedicada!!! Como que a dizer-lhe: “Filipinho, filho, só tens de pegar na tua malinha e abalar, vai lá à tua vida, meu maroto!” O autor que me desculpe, mas este passo prejudica muito este agradável romance.
O estilo leve e bem-humorado de Mário Zambujal faz deste livro uma boa leitura de férias, pois não exige uma concentração especial. Tem aliás um defeito, na minha opinião: não se consegue libertar totalmente de um certo machismo que modela as mulheres aos desejos masculinos. O autor contém-se bastante, em várias cenas, por isso, até estava capaz de fechar os olhos. Há uma passagem, porém, que não posso “perdoar”. Filipe separa-se da sua companheira, com quem vive numa união de facto há vários anos, por estar apaixonado por outra mulher. Deixa a situação arrastar-se bastante, mas, façamos-lhe justiça: separa-se, antes de entrar em vias de facto com a sua paixão. Até aqui, tudo bem. Graziela, a companheira, apesar de toda a tristeza e revolta, aceita a situação com grande dignidade. Nessa manhã, Filipe sai de casa para o trabalho, dizendo-lhe que, ao serão, regressará apenas para reunir os pertences necessários que lhe permitam dormir num hotel. E o que encontra, ao chegar a casa? A malinha feita! Graziela, a mulher digna e independente, dona do seu nariz, faz-lhe a malinha, como uma mamã dedicada!!! Como que a dizer-lhe: “Filipinho, filho, só tens de pegar na tua malinha e abalar, vai lá à tua vida, meu maroto!” O autor que me desculpe, mas este passo prejudica muito este agradável romance.
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