Foto © Horst Neumann |
Diz-se que ninguém sabe se foi o ovo ou a galinha que nasceu primeiro. Já que o pai nasceu antes do filho parece-me não oferecer dúvidas. O pai já cá estava, já era adulto e capaz de sobreviver pelos próprios meios, quando pôs no mundo um ser totalmente indefeso. Atendamos, por isso, às palavras da psicóloga alemã Stephanie Stahl:
«As crianças podem ser enervantes e cansativas, mas isso nada muda no seu
valor. É da responsabilidade dos pais, antes de se tornarem pais, perguntarem-se
se serão capazes de lidar com o stress
que a paternidade implica.
Aliás, as crianças devem enervar, pois, na verdade, são impotentes e têm
necessidade de alertar os adultos para as suas necessidades. O seu programa
consiste em: Sobreviver! Tornar-se adulto! Aprender tudo!
Caso os pais se sintam incapazes de lidar com a educação dos seus filhos,
devem procurar ajuda profissional. Os filhos nada podem fazer para solucionar este problema.
A criança tem direito a que as suas necessidades físicas e psíquicas sejam
satisfeitas. A responsabilidade é dos pais.
Sentimentos e necessidades são normais e corretos, mesmo se a criança tem
de aprender que nem todo o sentimento ou necessidade deve ser exprimido em
qualquer altura.
É dever dos pais compreenderem os sentimentos e as necessidades das crianças.
Não é da responsabilidade das crianças entenderem e satisfazerem os sentimentos e as
necessidades dos pais.
É dever dos pais amar o seu filho (criança) e fazê-lo sentir-se bem-vindo neste
mundo; não é dever do filho (criança) comportar-se de maneira a que os seus pais o amem».
E algo que considero especialmente interessante:
«Muito daquilo que consideramos cansativo nas crianças - interesses
diversos, perseverança, espontaneidade, etc. - consideramos qualidades nos adultos. É, por
isso, dever dos pais suportar estas características, ao mesmo tempo que as vão
guiando na direção certa. Quem simplesmente as aniquila, revela muita pobreza
de espírito».
Nota: Afirmações contidas no livro Das
Kind in dir muss Heimat finden (Kailash Verlag 2015). Tradução de minha autoria.
Sem comentários:
Enviar um comentário