Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

20 de julho de 2017

O Ovo ou a Galinha?



Foto © Horst Neumann

Diz-se que ninguém sabe se foi o ovo ou a galinha que nasceu primeiro. Já que o pai nasceu antes do filho parece-me não oferecer dúvidas. O pai já cá estava, já era adulto e capaz de sobreviver pelos próprios meios, quando pôs no mundo um ser totalmente indefeso. Atendamos, por isso, às palavras da psicóloga alemã Stephanie Stahl:

«As crianças podem ser enervantes e cansativas, mas isso nada muda no seu valor. É da responsabilidade dos pais, antes de se tornarem pais, perguntarem-se se serão capazes de lidar com o stress que a paternidade implica.
Aliás, as crianças devem enervar, pois, na verdade, são impotentes e têm necessidade de alertar os adultos para as suas necessidades. O seu programa consiste em: Sobreviver! Tornar-se adulto! Aprender tudo!
Caso os pais se sintam incapazes de lidar com a educação dos seus filhos, devem procurar ajuda profissional. Os filhos nada podem fazer para solucionar este problema.
A criança tem direito a que as suas necessidades físicas e psíquicas sejam satisfeitas. A responsabilidade é dos pais.
Sentimentos e necessidades são normais e corretos, mesmo se a criança tem de aprender que nem todo o sentimento ou necessidade deve ser exprimido em qualquer altura.
É dever dos pais compreenderem os sentimentos e as necessidades das crianças. Não é da responsabilidade das crianças entenderem e satisfazerem os sentimentos e as necessidades dos pais.
É dever dos pais amar o seu filho (criança) e fazê-lo sentir-se bem-vindo neste mundo; não é dever do filho (criança) comportar-se de maneira a que os seus pais o amem».

E algo que considero especialmente interessante:

«Muito daquilo que consideramos cansativo nas crianças - interesses diversos, perseverança, espontaneidade, etc. - consideramos qualidades nos adultos. É, por isso, dever dos pais suportar estas características, ao mesmo tempo que as vão guiando na direção certa. Quem simplesmente as aniquila, revela muita pobreza de espírito».


Nota: Afirmações contidas no livro Das Kind in dir muss Heimat finden (Kailash Verlag 2015). Tradução de minha autoria.


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