Dida
foi encontrada, ainda bebé, junto à mãe moribunda, ferida de morte por
caçadores em busca de marfim. A "David
Sheldrick Wildlife Trust"
resgatou-a, mas Dida estava tão traumatizada, que precisou de muito tempo para
ganhar confiança nos seus tratadores humanos.
Foi
comovente ver a tristeza do elefantezinho, que perdurou semanas, provando, mais uma vez, que os animais têm sentimentos e sofrem, mas também me
impressionou a maneira como os elefantes mais velhos, ainda residentes da
estação de resgate, tentavam consolar a pequena Dida, a par dos tratadores.
Dida
recuperou a sua alegria, estabelecendo uma forte relação com o seu tratador.
Mas
o trabalho só está completo quando estes elefantes são devolvidos à vida selvagem,
para isso é que são salvos. O programa passa por uma fase de adaptação, no
Parque Nacional de Tsavo, em que eles entram, durante o dia, em
contacto com elefantes selvagens. E, mais uma vez, foi impressionante ver como
a manada logo os aceita, os protege e educa.
Depois
de ter completado os dois anos, e apesar de ainda ser “criança”, Dida sabia que
se aproximava a hora da partida. Quedava-se, porém, indecisa, tanto olhava para
o local onde vivia com os humanos e onde se recolhia à noite, como para uma
manada de elefantes selvagens que andava ali por perto. Os tratadores deixaram-na
sozinha para decidir, não a queriam pôr sob pressão, com a sua própria tristeza.
E ela lá cumpriu o seu destino, sem cenas melodramáticas.
Amar
também é saber deixar ir.
Sobretudo isso, Cristina; amar é não alimentar sentimentos de posse, que impeçam a livre tomada de decisões.
ResponderEliminarBonito post. Lembrou-me a "viagem do elefante" de Saramago e abriu-me o apetite para voltar a lê-la.
;)
Olha, lembras bem, ainda não li.
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