Passou
a viver num estado permanente de ansiedade, um caos interior que
contrastava com a rotina monacal. Era como se alguém houvesse
desestabilizado uma balança, não se sabendo para que lado iria pender,
nem tão-pouco em qual dos pratos pousava o discernimento, em qual a
insânia. E ela via-se a desejar que vencesse o lado errado, mesmo que o
prazer por ele proporcionado fosse efémero. Passara os
últimos seis anos a construir um futuro estável e sólido, que
culminaria numa velhice tranquila e reputada, como a da irmã Hildegarda.
Agora, o seu horizonte limitava-se a alguns dias, toda a sua vida
parecia convergir para o sábado seguinte, como se para além dele não
houvesse devir.
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