Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

10 de junho de 2014

Excertos # 4



- Há um ano, el-rei D. Afonso chegou a temer pela cidade de Coimbra, quando os mouros ousaram um ataque ao castelo templário de Soure. Os cavaleiros do Templo lograram afugentar os infiéis, mas estes deixaram um rastro de destruição atrás de si: casas e campos incendiados, colheitas destruídas e cadáveres espalhados. Dos cristãos sobreviventes fizeram cativos.

Jacinta e a irmã Hildegarda quedavam-se angustiadas, o cavaleiro prosseguiu:

- Numa tentativa de vingar o ataque e libertar os cativos, os Templários iniciaram uma série de represálias que redundaram em pesada derrota. Os combatentes foram quase todos mortos e um pároco bondoso, D. Martinho de Soure, foi capturado.

- Valha-nos Deus!

- Ninguém mais soube do seu paradeiro e muita gente pranteia o seu sumiço. Era incansável no seu auxílio aos pobres, até se dizia que era santo. Há cousa de um mês, o alcaide de Leiria juntou-se a cavaleiros de Coimbra, que se dirigiam para um fossado, na esperança de conseguir libertar D. Martinho de Soure, caso ele ainda estivesse vivo. Pedro Antunes e eu fomos incluídos no contingente. – Engoliu em seco. – Nada conseguimos. Pedro foi atingido por uma flecha e trouxemo-lo para casa, mas chegámos a pensar que não chegasse cá vivo. O físico de D. Soeiro Pais Mouro diz que a operação é arriscada demais, que a flecha está muito próxima do coração. E o homem arde em febre…





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