Surpreendeu-se ao constatar como aquele
momento da sua vida possuía tanta importância. Sempre pensara que o passado
estivesse morto e enterrado e que não havia mister de o ressuscitar. Mas,
sabia-o agora, o que se vive jamais desaparece. É pura ilusão crer que se podem
olvidar os piores momentos, ou pelo menos ignorá-los, fazendo de conta que
não existiram.
«Somos o nosso passado», murmurou, para si
própria, como numa prece. «Só o passado nos pertence. Quiçá nem exista aquilo a
que chamamos presente, apenas passado… E devir. Mas o devir ainda não somos».
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