«Aquele
que usa os serviços de uma prostituta não é um homem a sério».
Estas
palavras soam, à primeira vista, exageradas. Afinal, não se considera a
prostituição uma profissão como outra qualquer?
Para
a freira italiana Valeria Gandini, não.
Ora,
perguntarão muitos, que se esperaria de uma freira?
Bem,
esta não é uma freira qualquer. Há vinte anos que Valeria Gandini se ocupa de
prostitutas, em Palermo, na Sicília. Dá-lhes assistência, conforta-as, ajuda-as
a superar muitos problemas e a mudar de vida. E sabe, melhor do que ninguém,
que a maioria delas exerce forçada essa profissão, ou não viu outra alternativa.
Existem
redes de prostituição e tráfico de mulheres por toda a Europa, muitas das moças
não sabem para o que vão. Este é, porém, um assunto pouco divulgado e discutido
e os homens que usam tais serviços não perdem um segundo a questionar-se se as
mulheres ali estão de livre vontade, ou forçadas, escravizadas mesmo.
Ao
abordar o assunto sob essa perspetiva, confesso que me vejo tentada a concordar, pelo menos, em parte,
com Valeria Gandini, já que as generalizações são sempre
traiçoeiras.
De que forma, sem recurso à generalização, podemos conceptualizar ou definir, prostituição.
ResponderEliminarPor exemplo; se uma criança de oito anos de idade nos questionasse acerca do significado da palavra, de que forma a elucidaríamos, a que definições recorreriamos e em que termos: sociais, religiosos, dogmáticos... profissionais?
Discordo. Não é mais antiga profissão no mundo.
ResponderEliminarPois não; a Claudia tem razão! A mais antiga profissão do mundo é a de apanhadora de fruta... começou com Eva quando colheu a maçã para oferecer a Adão.
ResponderEliminar:D
ResponderEliminarSim, qual será a mais antiga profissão do mundo? Usei a expressão porque se tornou um lugar comum dizer que é a prostituição. Mas aceito outras versões ;)
Quanto ao teu primeiro comentário, Bartô: metendo crianças, o melhor é aconselharmo-nos com algum psicólogo da especialidade, ou ler algo sobre o assunto. Não havendo essa possibilidade, é verdade que se pode tornar um bico de obra uma explicação destas...
Não sei se será tão "bido de obra", desde que se contextualize de forma explicita, sem dogmas.
ResponderEliminarQuando a freira italiana defende e protege as mulheres que são vítimas de tráfico humano, ou aquelas que foram obrigadas a aceitar prostituir-se por alguém que lucra com o aluguer do seu corpo, é obvio que está aproteger pessoas vítimas de um crime. Mas quando estamos a avaliar a situação de mulheres que se auto-forçaram a alugar o corpo, porque queriam sair dos lugares pobres onde viviam e alcançar um nível de vida mais confortável, já não estamos perante um crime. Mas se avaliarmos a situação de mulheres que se obrigaram a alugar o corpo porque tinham filhos pequenos e precisavam de dinheiro para os alimentar, educar, etc. Já estamos a falar de um crime social, um crime em que o criminoso não tem um rosto e em que a vítima é simultâneamente criminosa de si mesma. Mas, obviamente, o tema não se reduz a meia-duzia de situações e de opiniões. Assim como prostituição não se resume somente a alugar o corpo. Este mundinho em que vivemos tem uma particularidade estranha e ao mesmo tempo empolgante; move-se segundo as regras ditadas pelo poder. E, não ignoramos que cada um exerce poder sobre algo, ou sobre alguém.
Com relação apanhadora de fruta ou colectora esta acção remonta serventia e caracterizar-se-á acção promissora e generosa a prole no início dos tempos enquanto a finalidade de cultivo face perspectiva a regra de sobrevivência, convivência e vivência; obviamente desconheciam e nem o tinham discernimento para tal, naquele tempo a mulher desprovida de músculos estaria a medir forças com o sexo oposto?! Embrutecido ou não, desejoso ou não, o sexo masculino impõe através dos tempos o rastro (bem) conhecemos a história salvaguarda e a memória justifica, clarifica devolvendo novas gerações que os entendem pacificando e, elaborando envolvimento, ternura e princípio, atualmente homens falam a respeito de temas outrora inescrupulosos.
ResponderEliminarAntropológicamente, o comentário da Cláudia faz todo o sentido, contudo, para tudo o que posteriormente foi incluido no percurso evolutivo da humanidade, houve um ponto de partida, um início. Então, apesar de a ação coletora da mulher e a ação caçadora do homem, vistas à luz do que acabas de expor, podem considerar-se o início de profissões mais antigas que a prostituição. Sabe-se que no início não existiam casamentos, nem tão pouco sentimentos a que hoje chamamos amor, paixão, etc e que nem sequer existiam laços de consaguinidade, exceto de pais para filhos, e de mães para filhas. O sexo praticava-se livremente e sem a componente afectiva e de prazer mas unicamente com a finalidade de procriar, aumentar o número de membros do clã, garantindo assim a renovação e subsistência de todos os membros. Ha que ter em conta que a esperança média de vida, nos primórdios, não ultrapassava os 30/35 anos. A prostituição surgiu mais tarde, paralelamente à atribuição de valor a dinheiro e a peças ornamentais pessoais. E porquê?! Porque as mulheres desejavam possui-las, essas peças exerciam atração sobre elas que, ao usa-las, aumentavam o seu poder sedutor, relativamente às outras mulheres. Ora, como era o homem que recolhia da terra o metal, o fundia e depois o moldava, dando lugar ao surgimento da joia, era a ele que a mulher precisava de se subjugar para ter acesso a essas joias. Portanto, estamos perante uma equação composta de inumeros membros e inúmeras incógnitas.
ResponderEliminarBartolomeu o tema sedução nasce com posse do metal em forma de objetos cortantes aliado a força e manuseio este oferece poder o domínio de outros, considerar-se-á o metal sedutor desde então, entende-se o conforto a defesa o ataque a conquista. O metal enquanto adorno torna-se sagrado e consagra a coroa o símbolo maior depositada a cabeça masculina.
ResponderEliminarSedução a fraqueza e prostituição ato rompido em ausente razão o conhecido corromper.
Antes de "subir à cabeça" o metal foi simbolo de poder, de força, autoridade e grandeza, usado ao pescoço e no pulso. Mas nunca deixou de ser objecto de desejo femenino, fosse ele colocado onde fosse.
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