Nesta novela, Isabel Maria Fidalgo Mateus retrata o conflito
entre os humanos e os lobos, procurando soluções para a coexistência. Baseada
na lenda da Fada dos Lobos, conhecida
em certas regiões do Minho e da Galiza, cria a história de Deolinda, uma órfã
galega no século XIX.
Deolinda conhece as duas partes do conflito. A fim de
assegurar a própria sobrevivência, torna-se pastora, pelo que vê a necessidade
de proteger os rebanhos dos lobos. Por outro lado, depois de ajudar um lobo
apanhado no fojo de Guende a fugir e de lhe dar o nome de Signatus (por causa de um sinal numa pata, mas, na verdade, o nome
é baseado na classificação científica do lobo ibérico: Canis lupus signatus), estabelece,
com ele, uma amizade inabalável. Deolinda deixa a sua Galiza natal, na
companhia de Signatus, descendo ao
Minho. Durante uns tempos, abriga-se num mosteiro perto de Pitões das Júnias,
onde já só vive um monge. Alcança, depois, Vilarinho das Furnas, onde chega a
casar e a formar família, sem, porém, perder o contacto com Signatus. E o seu destino parece ser mesmo entre os lobos. Depois
de uma série de infelicidades, regressa aos montes, tornando-se na Fada dos Lobos, quando os métodos dos
aldeões para os eliminarem se tornam cada vez mais drásticos, chegam a usar
estricnina.
Isabel Mateus faz a ligação ao século XX, referindo o
destino de Vilarinho das Furnas, que acabaria por desaparecer com a construção
de uma barragem. No tempo atual, há um grupo de turistas que visita esses
locais. E, num último capítulo, a autora faz uma resenha da história do lobo
ibérico e de quais as medidas que hoje se tomam (e que instituições estão
envolvidas), a fim de proporcionar uma convivência pacífica entre os humanos e
os lobos.
Ilustrado por Cristina Borges Rocha, este é, na minha opinião, mais um livro de Isabel Mateus essencial à formação de crianças e jovens. O Signatus,
o Farrusco e o Sultão fariam uma excelente
companhia aos alunos das nossas escolas. Sem esquecer os adultos, pois são livros para todas as idades.
Aqui temos mais uma vez "Andancas Medievais" a prestar um servico de divulgacao de excelencia a Literatura Potuguesa. Muito obrigada Cristina!
ResponderEliminarUm beijinho,
Isabel