Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

12 de julho de 2016

Rainha Santa Isabel

Imagem encontrada aqui

A 12 de Julho de 1270, nasceu a infanta Dona Isabel de Aragão, filha de Dom Pedro III e de Dona Constança da Sicília. Dona Isabel tornou-se rainha de Portugal, ao casar com Dom Dinis. As suas bodas foram celebradas em Trancoso, a 26 de Junho de 1282.

A relação entre Dom Dinis e Dona Isabel levanta algumas interrogações, por exemplo: porque só tiveram dois filhos, no espaço de dois anos (1290/91), quando estiveram casados quarenta e quatro?

Reproduzo uma cena do meu romance, numa altura em que, devido à juventude de Dona Isabel, ainda não existia relação conjugal entre eles:

Quando a música cessou, em vez de aplaudir ou elogiar, Isabel ficou fixa nele. Os olhos negros brilhavam intensamente. Gerou-se silêncio, só se ouvia o crepitar do lume… Até que lobos uivaram na serra.
Os alões em frente à lareira ergueram a cabeça inquietos, Dinis e os trovadores entreolharam-se. O uivo dos lobos era muitas vezes considerado mau agoiro quando acontecido no meio do silêncio… Isabel parecia não se dar conta de nada, continuava paralisada, de olhos postos no esposo.
Os trovadores acharam por bem começarem novamente a tocar os seus alaúdes. E Dinis questionou a sua rainha:
- Que tendes? Porque me olhais assim?
Ela estremeceu, como se tivesse acordado de um sonho, e desviou o olhar, mantendo-se calada. Dinis insistiu:
- Não vos agradou a cantiga?
Isabel tornou a encará-lo:
- Adorei. Nunca ouvira cantar tão bonito. E pensar que a entoastes para mim…
- Porque não exprimistes o vosso agrado?
- Perdoai, eu…
- Não quero que peçais perdão! Quero apenas que me digais porque silenciastes.
- Eu… não sei… Há algo no vosso olhar que me prende…
- Sim… Continuai…
- Eu… nunca vi olhos como os vossos. São castanho-claros, da cor do ouro. E tão meigos! Por vezes, penso que poderia ficar horas a admirá-los.
Dinis pegou-lhe na mão. E Isabel corou, pescoço e rosto tornaram-se escarlates. Ele beijou-lhe a mão e notou que a respiração dela acelerava. Inquiriu:
- Causo-vos aflição? Sou-vos desagradável?
- Sim, causais-me aflição… Mas não, não me sois desagradável. Assustais-me! Pergunto-me se é conveniente que me sinta tão atraída por vós, que ache a vossa presença tão agradável, o vosso toque tão… doce!
- Claro que é conveniente. Olvidais que somos unidos em matrimónio? Que é nosso dever dar um herdeiro ao reino?

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O meu romance sobre Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook na LeYa Online, na Wook e na Kobo.

Para adquirir a versão em papel, contacte-me através do email andancas@t-online.de.

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