Excerto do meu romance, respeitante ao segundo manifesto que Dom Dinis apresentou contra o seu filho e herdeiro, futuro
Dom Afonso IV:
Perante
tal ousadia, Dinis preparou um segundo manifesto, que mandou ler a 15
de Maio, nos Paços de Lisboa. Começava por referir certos aspetos do
primeiro, acrescentando a prova dada por João XXII de que nunca tentara
legitimar o filho Afonso Sanches. Referia, em seguida, o encontro entre o
infante e Maria de Molina, a propósito da questão da justiça do reino, e
relembrava os diversos casos de assassinatos perpetrados pelos
apoiantes do infante, quer no Entre Douro e Minho, quer no Alentejo,
dando relevo ao assassinato do bispo de Évora. Realçava que todos estes
criminosos se recolhiam à proteção do príncipe, impedindo a atuação da
justiça régia.
À cabeça da lista das vinte testemunhas deste manifesto, surgiam os
dois bastardos reais Afonso Sanches e João Afonso, seguindo-se o genro
João Afonso de la Cerda e o Mestre de Avis. Também o alcaide de
Lisboa Fernão Rodrigues Bugalho e o meirinho-mor Lourenço Anes Redondo
lá constavam. Numa carta que escreveu a Jaime II, a 8 de Junho,
queixando-se das atitudes do filho, Dinis mandou cópias deste manifesto.
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