Os desentendimentos entre Dom Dinis e o seu herdeiro refletiram-se na
sua relação com a rainha Dona Isabel, acusada, pelo marido, de se pôr ao
lado do filho.
Dinis
levantou-se irado, deixando o local sem proferir palavra. A caminho dos
seus aposentos, porém, notou que Isabel o alcançava e lançou-lhe por
cima do ombro:
- Nada tenho para falar convosco!
- Pois eu tenho algo para vos dizer!
Mais furioso do que nunca, resmungou, apressando os seus passos:
- Não estou interessado.
- Porque nunca vos interessais pelo que diz respeito ao vosso próprio herdeiro?
Dinis
estacou. Na verdade, sentia a fúria dar lugar a um vago sentimento de
culpa. Teria Isabel razão? Seria ele o responsável pela sede de
protagonismo do filho? Sentia-se Afonso preterido em relação ao
meio-irmão?
Virou-se para Isabel e confessou:
- Afonso não é o herdeiro com que eu sonhei.
- Afonso é o herdeiro que Deus vos deu! Não devíeis provocar a sua ira!
O rei tornou a exaltar-se:
- Eu ajo como bem entendo, com quem bem entendo!
Isabel declarou, como se proferisse uma sentença:
- Quem a ira semeia, a ira colherá!
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