Os desentendimentos entre Dinis e Dona Isabel, baseados nos conflitos
que opunham o rei ao seu herdeiro, culminaram com o desterro da Rainha
Santa em Alenquer, acusada pelo marido de defender o filho contra ele
próprio.
-
Chega! - bradou Dinis com quanta força tinha. E, depois de recuperar o
ar, acrescentou: - Não tornarei a consentir na vossa intromissão. Ordeno
a vossa prisão numa das vossas vilas, privada de todas as vossas
rendas!
Isabel olhava-o indignada, mas composta:
- Prescindis então do meu auxílio?
-
Auxílio?! Até agora, apenas contribuístes para o agravar da contenda,
dando cobro a vosso filho, que comete traição ao virar-se contra o seu
senhor e pai. Mas não vos aflijais, não mandarei atirar-vos para um
calabouço. Escolhei uma das vossas vilas e vivereis na vossa residência
habitual, na companhia das vossas damas, e podereis deslocar-vos dentro
do concelho. Mas não mais que isso! Encarregarei guardas de vos vigiar. -
Fechou o punho: - Ai de vós se vos atreverdes a sair de lá!
Isabel encarou-o desafiadora:
-
Pensais que me faria grande mossa, se me atirásseis para um calabouço?
Mesmo lá eu estaria na companhia de Deus e de São Francisco.
- Não me provoqueis…
-
Faríeis melhor se olhásseis por vossa saúde! Não estais com bom aspeto,
meu rei e senhor. Pálido, apesar da corpulência, os olhos raiados de
sangue, o suor sobre a testa… Tende cautela convosco!
-
Desaparecei da minha vista! - bradou Dinis, ignorando as tonturas e o
bater desordenado do seu coração. - Não mais vos quero ver! Poupai-me à
vossa presença, enquanto for vivo!
Isabel deu meia-volta e saiu. Estafado, Dinis deixou-se cair para cima de uma cadeira.
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