Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.
11 de outubro de 2024
Rapidinhas de História #02
Península Ibérica - um caso único na Europa medieval
Cristina Torrão: Olá. Foi num livro sobre as Cruzadas, de autor estrangeiro, já não recordo qual, que se refere a importância/influência de mulheres em lugares de poder nas sociedades e cortes europeias; na decisão, p. ex., das investidas para o Oriente, e algumas delas deslocam-se mesmo com séquito a Jerusalém, pontificando os lugares de peregrinação. O destaque das citadas mulheres na Península é um reflexo da época, na qual a mulher também herda e dispõe, e desses povos do norte da Europa (extensivo ao primevo noroeste peninsular). É a nossa primeira dinastia! E, simplesmente, aqui, vence a causa do filho. É natural que depois, com a segunda dinastia, sulista, as mentalidades (machistas) distorçam o passado. Gosto muito do seu blogue
Caro eliseu, sim, mulheres que influenciam decisões, que exercem diplomacia, que possuem poder numa corte, isso existia. Mas a última palavra pertencia sempre ao homem a seu lado. Mulheres a reger sobre um território, sem uma figura masculina a, digamos assim, validar as suas sugestões e decisões? Não conheço mais nenhum caso. Sim, na Península Ibérica as mulheres podiam herdar territórios, mas deviam casar, o mais depressa possível (se ainda não o fossem) e o marido é que se tornava o rosto desse poder. Foi o caso de Sancha de Leão, por exemplo, que herdou o reino de Leão de seu pai Afonso V, em 1037, mas o marido Fernando, herdeiro do condado de Castela, é que era o rosto do poder. Eram os avós paternos de D. Teresa. Mas também foi o caso de D. Teresa. Ela é que era a herdeira do condado Portucalense. Porém, enquanto o marido foi vivo, era ele o rosto desse poder. D. Teresa quase não teve protagonismo, nessa altura, só o ganhou, depois de enviuvar.
Cristina Torrão: Olá. Foi num livro sobre as Cruzadas, de autor estrangeiro, já não recordo qual, que se refere a importância/influência de mulheres em lugares de poder nas sociedades e cortes europeias; na decisão, p. ex., das investidas para o Oriente, e algumas delas deslocam-se mesmo com séquito a Jerusalém, pontificando os lugares de peregrinação. O destaque das citadas mulheres na Península é um reflexo da época, na qual a mulher também herda e dispõe, e desses povos do norte da Europa (extensivo ao primevo noroeste peninsular). É a nossa primeira dinastia! E, simplesmente, aqui, vence a causa do filho. É natural que depois, com a segunda dinastia, sulista, as mentalidades (machistas) distorçam o passado.
ResponderEliminarGosto muito do seu blogue
Caro eliseu, sim, mulheres que influenciam decisões, que exercem diplomacia, que possuem poder numa corte, isso existia. Mas a última palavra pertencia sempre ao homem a seu lado. Mulheres a reger sobre um território, sem uma figura masculina a, digamos assim, validar as suas sugestões e decisões? Não conheço mais nenhum caso. Sim, na Península Ibérica as mulheres podiam herdar territórios, mas deviam casar, o mais depressa possível (se ainda não o fossem) e o marido é que se tornava o rosto desse poder. Foi o caso de Sancha de Leão, por exemplo, que herdou o reino de Leão de seu pai Afonso V, em 1037, mas o marido Fernando, herdeiro do condado de Castela, é que era o rosto do poder. Eram os avós paternos de D. Teresa. Mas também foi o caso de D. Teresa. Ela é que era a herdeira do condado Portucalense. Porém, enquanto o marido foi vivo, era ele o rosto desse poder. D. Teresa quase não teve protagonismo, nessa altura, só o ganhou, depois de enviuvar.
ResponderEliminarP. S. Obrigada por gostar do meu blogue :-)
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