Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

31 de janeiro de 2011

D. Dinis e o Mosteiro de Odivelas



O túmulo de D. Dinis encontra-se em Odivelas, na igreja do mosteiro de São Dinis, que o monarca mandou construir em 1295. É curioso verificar que D. Isabel, falecida 11 anos depois do marido, não desejou ficar ao lado dele, no seu repouso eterno. Bem, é verdade que ela se dedicou de alma e coração à recuperação do mosteiro de Santa Clara, em Coimbra, e lá viveu recolhida depois de enviuvar.

Nesta minha referência ao mosteiro, onde se encontram os restos mortais de um dos mais importantes monarcas medievais portugueses, apresento o lançamento da primeira pedra, em Fevereiro de 1295, assim como está no romance:


A 27 de Fevereiro do ano seguinte, deu-se lugar à cerimónia do lançamento da primeira pedra do mosteiro de São Dinis, em Odivelas, uma planície atravessada por um riacho, duas léguas a norte de Lisboa, entre três pequenos montes: Luz, Togais e São Dinis. Seria construído um imponente edifício, que abrigasse cerca de oitenta monjas, que, como os frades de Alcobaça, pertenceriam à Ordem de São Bernardo.



Ao mosteiro a ser construído, Dinis doava todos os bens que possuía em Odivelas: vinhas, pomares, hortos, moinhos e azenhas, além de uma capela, casas e edifícios, onde a comunidade viveria durante a construção do convento. Também lhe doava outros bens na Charneca, em Pombeiro, Xabregas e Alenquer, incluindo o padroado da igreja de Santo Estêvão daquela vila. E, abrindo uma excepção nas leis de desamortização que ele próprio promulgara, autorizava a nova instituição a herdar os bens de raiz das suas monjas.
No seu discurso, o monarca referiu que aquele mosteiro seria construído

especialmente em honra e louvor de São Dinis e de São Bernardo, pelas nossas almas e dos Reis que antes de nós foram, e em remissão dos nossos pecados e dos nossos sucessores, fundamos e fazemos de novo em a nossa câmara de morada, que nós havíamos no termo da nossa cidade de Lisboa, no lugar que é chamado de Odivelas.

2 comentários:

fallorca disse...

Tantas vezes o cântaro (neste caso, o Rei) vai à fonte (neste caso, Odivelas) que um dia fica por lá ;)

Cristina Torrão disse...

É a vida...