Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

20 de abril de 2012

Avatar


Impossível uma pessoa não se comover com este filme, apesar de algumas fraquezas de enredo e de exageros de um realizador como James Cameron. E, claro, nem preciso de mencionar a qualidade dos efeitos especiais.

Avatar é, todo ele, uma alegoria. Ao racismo, ao egocentrismo, à ganância, ao culto da violência, à lei do mais forte, ao desrespeito pela Natureza, ao desrespeito pelos animais, ao desrespeito por minorias e outras formas de ver a vida/mundo, ao menosprezar de pessoas com deficiência, à guerra do Vietname, à submissão dos nativos americanos, etc.

Por outro lado, pergunto-me se ajuda a modificar aquilo que se propõe, já que não convida à reflexão. A esmagadora maioria dos espectadores passa duas horas bem entretidas, revolta-se contra os maus da fita, comove-se com os bons... Mas modifica alguma coisa na sua maneira de ser? Quem é racista deixa de o ser? Quem usa violência deixa de usar? Quem maltrata animais deixa de maltratar? Quem não respeita o ambiente passa a respeitar?

O problema deste filme é querer ser várias coisas ao mesmo tempo. Sob o ponto de vista cinematográfico, consegue-o. Mas as inúmeras mensagens que pretende transmitir anulam-se perante o culto do espectáculo em si mesmo.

2 comentários:

NLivros disse...

Completamente na mouche e de acordo com o que referes.

Em vários aspectos Avatar não é um mero filme, é muito mais do que isso. No entanto, tal como a maioria dos clássicos, as pessoas apenas vêm o superficial.

Cristina Torrão disse...

As pessoas são, de uma maneira geral, comodistas. E o Avatar tem espectáculo que chegue para que se esqueçam as mensagens que pretende transmitir. Por outro lado, sem este tipo de espectáculo, é difícil levar as pessoas a ver filmes.