Começou
a chorar amargamente, encolhida sobre si própria, naquele banco de pedra
encostado ao casebre abandonado, embrulhada no seu manto escuro, debaixo da
chuva miudinha, tão leve, que vagueava pelo ar, mudando constantemente de
direcção. Como a sua vida. Talvez ela não passasse de uma gota de chuva
miudinha, sujeita aos caprichos do ar que a envolvia…
Hoje,
uma santa; amanhã, uma meretriz…
«Somos
aquilo que os outros pensam de nós», sussurrou, enquanto limpava as lágrimas.
«E, sendo assim, é difícil acreditar que haverá pessoas escolhidas a dedo por
Deus; que vivemos um plano traçado ao mais ínfimo pormenor. Tudo não passará
dos acasos da vida, da fortuna, dos azares».
Gotas de chuva, a vaguear ao sabor do vento…
Já antigamente era assim, "à mulher de César não basta ser séria, tem de parecer séria". A escravatura das aparências e da opinião pública... Beijoca!
ResponderEliminarEste, é um excerto de um novo romance, Cristina?
ResponderEliminarÉ, Bartolomeu. E, como não sei quando verá a luz do dia, vou escrevendo aqui pedacinhos. Podes ler os outros, clicando na etiqueta ;)
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