Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

25 de abril de 2012

Pré-publicação #7


Começou a chorar amargamente, encolhida sobre si própria, naquele banco de pedra encostado ao casebre abandonado, embrulhada no seu manto escuro, debaixo da chuva miudinha, tão leve, que vagueava pelo ar, mudando constantemente de direcção. Como a sua vida. Talvez ela não passasse de uma gota de chuva miudinha, sujeita aos caprichos do ar que a envolvia…
Hoje, uma santa; amanhã, uma meretriz…
«Somos aquilo que os outros pensam de nós», sussurrou, enquanto limpava as lágrimas. «E, sendo assim, é difícil acreditar que haverá pessoas escolhidas a dedo por Deus; que vivemos um plano traçado ao mais ínfimo pormenor. Tudo não passará dos acasos da vida, da fortuna, dos azares».
Gotas de chuva, a vaguear ao sabor do vento…

3 comentários:

Rafeiro Perfumado disse...

Já antigamente era assim, "à mulher de César não basta ser séria, tem de parecer séria". A escravatura das aparências e da opinião pública... Beijoca!

Bartolomeu disse...

Este, é um excerto de um novo romance, Cristina?

Cristina Torrão disse...

É, Bartolomeu. E, como não sei quando verá a luz do dia, vou escrevendo aqui pedacinhos. Podes ler os outros, clicando na etiqueta ;)