A CESodilivros, a maior distribuidora de
livros em Portugal, no mercado há mais de vinte anos, acaba de pedir a
insolvência, deixando em grandes dificuldades e com muitas dívidas as mais de
quarenta editoras que distribuía. No Cadeirão Voltaire, o blogue onde esta informação foi
publicada, estranha-se que este caso não seja mais divulgado. Eu andava há
cerca de um mês a tentar confirmá-lo, já que, a 27 de Março, recebi um email da Ésquilo, a minha editora, do
qual transcrevo extractos:
“ninguém vislumbrava que a
Sodilivros chegasse um dia a pedir a insolvência. Mas o certo é que fomos
informados há poucos dias que a administração da Sodilivros iria solicitar a insolvência
a muito curto prazo”.
“De facto já no ano de 2011, os
pagamentos da Sodilivros começaram a ser muito espaçados no tempo e, invocando
uma situação difícil do mercado em geral e a mudança de administração, foi
adiando pagamentos desde de Outubro de 2011”.
“Perante esta, que é a pior
situação por que passamos desde o início da nossa actividade, solicitamos
paciência e compreensão aos nossos autores e fornecedores. A ambos estamos
disponíveis a realizar pagamentos, parciais ou totais, em livros, sendo que, a
nossa tesouraria atravessará um período muito difícil até ao mês de Outubro”.
Contactei de imediato a Ésquilo (igualmente
por email):
“Lamento estas más notícias (…) não
há dúvida de que a situação actual é complicada e tenho inteira compreensão.
Peço-lhe, no entanto, que também tenha pela minha situação. Infelizmente, a falta de
pagamentos em relação a mim não se resume ao ano de 2011. Tenho ainda a
receber, além deste, 2009 e 2010”.
Pois, este caso da Sodilivros
acabou por fazer transbordar a taça. E aqui vai: não recebo os pagamentos devidos às vendas
dos meus livros desde 2009! Nem sei bem quanto livros foram vendidos, porque a
editora não me dá quaisquer informações sobre o assunto! Ou seja, tenho estado
a trabalhar de graça, para o boneco. Sei que o país está a passar por uma crise
e haverá editoras que não se aguentarão. O comportamento indigno da Ésquilo,
porém, já se arrasta há três anos! E, ainda por cima, me envia uma mensagem a
pedir compreensão para o atraso dos pagamentos referentes a 2011!
Escusado será dizer que não
recebi qualquer resposta ao meu email acima
referido, enviado a 30 de Março!
Provavelmente a solução para os autores passará pela publicação on-line dos seus livros. Depois, se houver editoras interessadas, que paguem antecipadamente.
ResponderEliminarHá autores que vendem bem e que têm o mesmo problema de não receberem. A maioria mudou de editora. Mas sem "nome feito" é necessário um trabalho publicitário que os autores desconhecidos não conseguem porque lhes faltam os meios e o acesso aos "grupos e grupinhos" de divulgadores e críticos. Os divulgadores independentes aparecem nos blogues mas são ainda uma pequena minoria e com pouca visibilidade.
É mesmo isso, João, sem tirar nem pôr. Como tenho poucos contactos, não tenho informações, mas calculo que haverá vários autores com falta de pagamentos.
ResponderEliminarBem, vou à procura. Talvez tenha sorte e consiga mudar de editora. A edição online também é uma hipótese, mas, primeiro, gostaria de esgotar outras possibilidades. Pelo menos, enquanto há livros em papel ;)
Também concordo com o João Raposo.
ResponderEliminarEsta situação é intolerável e VERGONHOSA.
O Luís Novais já deu o primeiro passo; a publicação on-line pode vir a ser a solução e constituir um grande abanão no sistema!
Força, Cristina, nós precisamos dos teus livros!
Muito obrigada, Manuel :)
ResponderEliminarBeijinho
Pelo que tenho vindo a descobrir, o comportamento indigno da Ésquilo é um Modus Operandi há muitos tempos... não pagam nem se importam de não pagar!!!!
ResponderEliminarÉ incrível como conseguem sobreviver dessa maneira! Mas quanto mais isto se tornar público, maiores dificuldades acabarão por ter. Acho eu...
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