"- O nosso comportamento quotidiano é permanentemente sujeito ao juízo social - diz o psicólogo - e, consequentemente, marcado pelo medo permanente da rejeição, que se baseia em...?
- No medo do isolamento, da solidão - diz Jennifer.
- Sim - diz o psicólogo, - e o medo do isolamento baseia-se em quê?
- No medo da morte? - pergunta Jennifer.
- De facto. A rejeição leva ao isolamento e o isolamento significa a morte, tanto física, pois um recém-nascido abandonado morre no espaço de 48 horas, como psicológica, pois o humano é um ser social. E é aqui que reside o segredo da psicoterapia: aceitação, verdadeira aceitação, que nada exige em troca; aceitação completa do paciente; verrugas, defeitos e feridas inclusive. Uma tal aceitação afasta o medo da morte, mesmo que por um bocadinho, pela duração da terapia, como o foco de uma pilha sossega quem se vê rodeado de escuridão, sem que anule essa escuridão. A aceitação permite ao paciente descansar, dá-lhe tempo e espaço, onde ele se pode sentir intensamente, analisar os problemas de maneira neutra, ver-se por dentro e ver o que se passa à sua volta, organizar o seu Ser, afinar os seus instrumentos, fazer soar a nota certa. Uma tal aceitação é o elixir de uma terapia, a sua componente activa."
The good psychologist, de Noam Shpancer (traduzido da versão alemã).
Publicarei brevemente a minha opinião sobre este livro.
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