Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

25 de maio de 2012

Faca de dois gumes

Mais um excerto da entrevista a Isabel Zambujal, publicada na OML nº 107 e conduzida por João Morales:

Como comentas o sucesso deste tipo de livros, entre auto-ajuda, conversas com Deus e fórmulas infalíveis para ser feliz?


A resposta está nas palavras "ajuda" e "feliz". Há muitas pessoas perdidas nas suas próprias vidas e escolhas. Não são a minha opção de leitura, mas este género de livros torna-se para muitos uma ferramenta de análise e reflexão que cada um tem o direito de usar como bem entende. Já lá vai o tempo em que se queimavam livros na fogueira para ninguém os poder ler.

Considero esta resposta honesta e lúcida. O livro é, acima de tudo, um meio de transmitir cultura. Mas, quem idealiza o livro como tal, esquece-se que ele é, igualmente, uma faca de dois gumes. O seu conteúdo tanto pode ser nobre, como burlesco, vulgar, ou, até, prejudicial.

Mas quem decide o quê? Os editores, em princípio, separam o trigo do joio, mas não há ninguém detentor da verdade absoluta. E, do outro lado, há as modas, os gostos e as necessidades dos leitores, aliados ao imperativo de vender livros. Não deve ser fácil manter o equilíbrio sobre trilho tão estreito e íngreme...

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