Caíram
os dois sobre a palha. O mundo dos pensamentos, dos cálculos, das
considerações, da consciência, deixou de existir. Apenas sensações existiam,
impulsos inexplicáveis, uma paixão quente e arrebatadora, dois corpos que
pareciam precisar um do outro para sobreviver. O que mais a surpreendia era a
sensação de liberdade. Sentia-se livre de obrigações, de culpa, de pecado.
Aquela união parecia-lhe tão natural, quanto divina. Necessária!
Só
quando o êxtase chegou ao fim, ela começou novamente a aperceber-se do local
onde se encontravam: o cheiro da palha fresca em que estavam deitados, o
silêncio que os rodeava, interrompido aqui e além pelo resfolegar dos cavalos.
Permaneciam
deitados, enroscados um no outro, como se pudessem eternizar aquele abraço. Ela
não se atrevia a falar, com medo das palavras que lhe apetecia dizer. E
esperava que ele também não o fizesse. No dia seguinte, ele desapareceria da
sua vida, para sempre, e ela faria penitências, a fim de redimir aquele pecado.
pecado???
ResponderEliminarwhat pecado???
;)
Este trecho lembrou-me a estória que um casal de vizinhos no sítio onde moro, contam na primeira pessoa.
Dizem eles, pessoas na casa dos oitenta que "noutro tempo" quando eram ambos mais novos, as pessoas eram muito atrasadas... não conheciam nada... então, certo dia em que andavam a fazer a ceifa numa das fazendas que herdaram, deu-lhes a vontade e... arrumaram-se no molho de palha acabada de ceifar, que se achava mais por perto. A meio da função, eis que passa sobre eles, la no alto, um avião de passageiros. Então, a Maria que se achava por baixo do seu home, de papo virado para cima, mal vê o avião, desata a empurrar o seu Manel e aos gritos: sai homem, sai que nos vêem lá de cima.
Quando me contaram esta estória, riam a bandeiras despregadas e concluíam... as pessoas do campo naquele tempo eram munto brutas... acha que lá de cima, nos podiam ver?
;)))
Depende da altura, a que voava o aviao :P
ResponderEliminarTens sempre histórias interessantes para contar :)