Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

30 de maio de 2012

Crime na Feira do Livro


Mord auf der Buchmesse, em alemão, ou The Bookfair Murders, em inglês, é um policial de Anna Porter sobre dois importantes agentes literários americanos assassinados durante a Feira do Livro de Frankfurt. Um tema, sem dúvida, original e interessante.

O livro introduz-nos num mundo literário a milhares de léguas de distância do nosso (e do europeu, em geral). Trata-se de um mundo em que os autores de best-sellers, ao assinarem um contrato com uma editora, recebem, em adiantado, de dez a vinte milhões de dólares. Também há adiantamentos para livros que ainda nem sequer foram escritos! Acrescente-se que estas somas são calculadas, não só em função dos livros que se venderão, mas, igualmente, dos filmes e/ou séries de TV que virão a ser realizados, baseados na respetiva obra.

Este negócio é dominado pelos agentes literários. Na América, nenhum escritor é levado a sério se não se fizer representar por um agente. São eles que negoceiam com as editoras, em sistema de leilão, isto é, o agente, na posse de um novo original, contacta as editoras e oferece-o àquela que pagar mais (pelo menos, assim se passa com autores conhecidos). São precisamente dois destes agentes, que movimentam milhões de dólares, as vítimas da Feira de Frankfurt.

O livro, no entanto, desilude um pouco. Depois do começo fulminante e, enquanto o leitor espera ansiosamente pelas investigações do inspetor de polícia alemão, há uma mudança de cenário. A personagem principal, uma editora americana famosa, regressa a casa e envolve-se em confusões com uma das suas autoras e a sobrinha desta. Na verdade, tudo isso tem a ver com os crimes ocorridos em Frankfurt, mas isso não é evidente para o leitor, que fica com a sensação de que se está a perder tempo e desejando que o enredo volte ao assunto inicial. Só muito perto do fim é feita a ligação.

De qualquer maneira, pelo menos, para mim, foi muito interessante ver como funciona o mercado editorial americano, que dá ao livro, sem o mínimo de pudor, um estatuto não assumido pelo europeu: um produto comercial, onde o conteúdo é o menos importante.

Não há versão portuguesa e The Bookfair Murders só é adquirível na Amazon (com uma capa, aliás, horrível, na minha opinião).


Da autora, Anna Porter, só encontrei um livro na Wook e na Bertrand, igualmente em inglês, com o título Kasztner's Train.

5 comentários:

  1. Sobre o livro, enfim, não me despertou o interesse.

    No entanto, admiro o sistema editorial americano que, a meu ver, é muito mais competitivo e interessante do que o português. Só o facto de existir agentes que negoceiam pelos escritores, só por isso, já me fascina. Os escritores lá são como os futebolistas, só se preocupam em criar, o resto é com os agentes. Agrada-me!

    ResponderEliminar
  2. ...traigo
    ecos
    de
    la
    tarde
    callada
    en
    la
    mano
    y
    una
    vela
    de
    mi
    corazón
    para
    invitarte
    y
    darte
    este
    alma
    que
    viene
    para
    compartir
    contigo
    tu
    bello
    blog
    con
    un
    ramillete
    de
    oro
    y
    claveles
    dentro...


    desde mis
    HORAS ROTAS
    Y AULA DE PAZ


    COMPARTIENDO ILUSION
    CRISTINA

    CON saludos de la luna al
    reflejarse en el mar de la
    poesía...




    ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE THE ARTIST, TITANIC SIÉNTEME DE CRIADAS Y SEÑORAS, FLOR DE PASCUA ENEMIGOS PUBLICOS HÁLITO DESAYUNO CON DIAMANTES TIFÓN PULP FICTION, ESTALLIDO MAMMA MIA,JEAN EYRE , TOQUE DE CANELA, STAR WARS,

    José
    Ramón...

    ResponderEliminar
  3. Original nada:

    http://www.dublinense.com.br/livros/crime-na-feira-do-livro/

    ResponderEliminar
  4. Iceman, nao há dúvida de que um agente dá muito jeito ;)
    Mas, quando nao se é autor conhecido, ou, ainda, sem publicar, em vez de se andar à procura de uma editora, anda-se à procura de agente. De qualquer maneira, há mais possibilidades de o agente ler o original, pois ele está precisamente interessado em novos escritores, o que nao se pode dizer de todas as editoras (em Portugal, quase nenhuma).

    Caro Anónimo, obrigada pelo link, foi interessante saber que há um livro escrito em português com este título. O de Anna Porter, no entanto, é bastante mais antigo. E note que, nao havendo versao portuguesa, fui eu que lhe dei o título (que traduzi à letra).

    ResponderEliminar