Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

20 de abril de 2013

Heróis de quatro patas

Encaro com muito ceticismo certos livros e filmes sobre animais, demasiado fantasiosos, dando uma ideia errada da realidade. Por mais bonitos e comoventes que essas histórias sejam, é preciso que estejamos conscientes de que não existem cães como, por exemplo, a Lassie ou o Rex, que se limitam a interpretar papéis (tal e qual como os seus colegas atores humanos).

Por outro lado, há, na vida real, a tendência para realçar os aspetos negativos nas nossas relações com os animais. Dos cães que salvam vidas, farejam doenças e ajudam os humanos em catástrofes, pouco se fala. Mas, se um cão morder, ou, mesmo, matar um humano (e sem querer menorizar a gravidade do ato), há a tendência para tomar a parte pelo todo, ou seja, esquecem-se os bons aspetos e julgam-se todos os cães como bestas incontroláveis, que devem estar presos em jaulas. Sejamos justos! Também não julgamos os nossos semelhantes a partir de assassinos, como aqueles que causam massacres em escolas. Damos-lhes destaque, sim, mas sabemos tratar-se de exceções, casos raríssimos. Seria bom que aplicássemos este julgamento também aos animais.

Por isso, o livro Heróis de Quatro Patas (John McShane) me chamou a atenção, apesar de não gostar muito da capa. Mas, a julgar pela opinião da Carla Ribeiro, é um livro sólido, que conta casos reais. E nos lembra que os cães também têm sentimentos.


Nem todos os heróis são humanos. Por vezes, a intervenção de um animal de estimação na hora certa e no lugar certo pode ser a diferença entre a vida e a morte.

E, de todas estas histórias, sobressai não só o heroísmo como a incondicionalidade do amor. É isso que comove em tantos destes episódios e isto basta para fazer deste livro uma boa leitura.

Os protagonistas destas histórias são cães de todas as raças e tamanhos, e isto inclui as raças consideradas como potencialmente perigosas.

Uma leitura simples, mas muito marcante, e que realça o facto de nem só aos homens pertencer o afecto e a lealdade.


2 comentários:

Vespinha disse...

De facto a capa não é feliz, mas fiquei com vontade de ler.

Belinha Fernandes disse...

Ah, tem razão. A capa é muito fraquita!!Mas não o hábito não faz o monge!