Preguiçosos
e egoístas são os atributos mais frequentes na classificação dos jovens de
hoje. Já por várias vezes referi que os educadores são em grande parte
responsáveis. No que respeita à preguiça, há pequenos pormenores que podem
fazer a diferença.
A
propósito disto, uma cena que presenciei hoje:
Passo
muitas vezes pelo complexo de piscinas de Stade, nos meus passeios vespertinos
com a Lucy. Hoje, ia à minha (nossa) frente uma miúda de 6 ou 7 anos, na
companhia de um jovem que seria 10 anos mais velho (entre os 15 e os 17).
Presumi que fossem irmãos. De qualquer maneira, pareciam ter um parentesco
próximo e o mais velho acompanhava a mais nova à piscina. A miúda barafustava,
sem vontade de carregar o saco com as coisas dela. Choramingava, pedinchava,
arrastava o saco pelo chão e batia com ele no dito cujo, de propósito,
enervada, irritada.
O
rapaz mantinha-se calmo. Não lhe bateu, não lhe deu um safanão, não ralhou. Na
verdade, falava tão baixo e tão calmo, que eu, a caminhar a apenas 4 ou 5
metros atrás, não o entendia.
Não cedia. A miúda estava provavelmente
habituada a que os pais lhe carregassem o saco. Mas o jovem mantinha-se
impassível, sem se enervar.
A certa
altura, a miúda tentou pendurar o saco nele (ele tinha as mãos nos bolsos das
calças) e, não adiantando, tentou pendurar-se a ela própria.
Mas
que “melga”, pensei!
Ele
permaneceu calmo. Nesta altura, estavam já em frente da porta do complexo e
ele, apontando, ter-lhe-á dito qualquer coisa como (não consegui ouvir): olha,
já chegamos, vai lá.
A
miúda largou-o e, saltitante, com o saco na mão, entrou no complexo, ele atrás
dela.
Apeteceu-me
ir ter com o rapaz e dar-lhe os parabéns!
P.S. Levar os miúdos a carregar as suas próprias coisas, como a pasta da escola ou o saco do desporto, é, na minha opinião, uma boa maneira de combater a preguiça e incutir-lhes sentido de responsabilidade.
Isso sim, é um exemplo.
ResponderEliminar