Surgiu, porém, uma notícia que alvoroçou os
barões de Entre Douro e Minho: el-rei D. Afonso conquistara Santarém, nas
margens do Tejo, sem convocar a nobreza do Norte! Prescindira dos seus
serviços, apresentando-lhes o facto consumado. Preferira o auxílio dos
cavaleiros de Coimbra, muitos deles moçárabes, e dos cavaleiros vilãos dos
concelhos do Sul, guerreiros sem origem nobre, vistos com muito desdenho pelos
fidalgos. Lourenço Viegas Espadeiro
(filho do falecido Egas Moniz), Gonçalo Mendes Sousão e Fernão Peres Cativo
haviam sido os únicos barões a assistir o monarca naquela campanha.
(…)
- Nessa altura nem nos tínheis encontrado, fomos para o Porto, depois da Páscoa. Meu pai tinha assuntos a tratar com D. Pedro de Pitões e foi lá que recebemos a mensagem de D. Gonçalo. Em nome da amizade que une as nossas famílias, ele solicitou o nosso auxílio para acalmar os ânimos. Meu pai nunca quebrará a amizade que liga os Sousa aos Azevedo, apesar de igualmente haver ficado sentido com a atitude d’el-rei. Por isso, temos acompanhado D. Gonçalo neste seu périplo pela região.
- E tendes sido bem sucedidos?
- Ao tomar conhecimento das novidades que trazemos, os barões logo olvidam rancores.
Jacinta hesitou, mas atreveu-se:
- E que novas são essas?
Bernardo olhou-a entre a diversão e a advertência:
- Sempre me saíste uma curiosa…
- É tão grande segredo?
- Não. Em breve todos saberão que el-rei se prepara para pôr cerco a Lisboa, para expulsar de lá os mouros.
Jacinta abriu muito os olhos:
- A Lisboa?
- Essa mesmo, quatro ou cinco vezes maior do que Coimbra! Haverá riquezas e terras para distribuir.
- Mas almejará D. Afonso conquistar tão grande cidade?
- Com os cruzados, com certeza que sim.
- Cruzados? – A moça ergueu o tronco, de olhos ainda mais escancarados: - Quais cruzados?
(…)
- Nessa altura nem nos tínheis encontrado, fomos para o Porto, depois da Páscoa. Meu pai tinha assuntos a tratar com D. Pedro de Pitões e foi lá que recebemos a mensagem de D. Gonçalo. Em nome da amizade que une as nossas famílias, ele solicitou o nosso auxílio para acalmar os ânimos. Meu pai nunca quebrará a amizade que liga os Sousa aos Azevedo, apesar de igualmente haver ficado sentido com a atitude d’el-rei. Por isso, temos acompanhado D. Gonçalo neste seu périplo pela região.
- E tendes sido bem sucedidos?
- Ao tomar conhecimento das novidades que trazemos, os barões logo olvidam rancores.
Jacinta hesitou, mas atreveu-se:
- E que novas são essas?
Bernardo olhou-a entre a diversão e a advertência:
- Sempre me saíste uma curiosa…
- É tão grande segredo?
- Não. Em breve todos saberão que el-rei se prepara para pôr cerco a Lisboa, para expulsar de lá os mouros.
Jacinta abriu muito os olhos:
- A Lisboa?
- Essa mesmo, quatro ou cinco vezes maior do que Coimbra! Haverá riquezas e terras para distribuir.
- Mas almejará D. Afonso conquistar tão grande cidade?
- Com os cruzados, com certeza que sim.
- Cruzados? – A moça ergueu o tronco, de olhos ainda mais escancarados: - Quais cruzados?
ResponderEliminarAh, Egas Moniz, de boa memória!
Cara Cristina, desejo-lhe uma excelente Páscoa junto aos seus.
Bj
Olinda
Muito obrigada, Olinda. Uma Páscoa muito Feliz também para si e a sua família :)
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