Tais novidades não estarreceram apenas
Jacinta. Durante todo o dia, não se falou de outra cousa, no castelo de
Lanhoso. O acontecimento teria repercussões em todo o reino, logo começando num
despovoamento temporário do Norte, o que pôs o jogral Francisco Lopes de Braga
deveras preocupado. Se os mais poderosos se deslocariam para Sul, pouco
compensaria atuar nas romarias de Entre Douro e Minho. O melhor seria
acompanhar os guerreiros que haveriam mister de divertimento.
Jacinta notou, porém, que Zaida se quedava
cabisbaixa, contrastando com a euforia geral. Estaria ainda amuada com o que se
passara no serão? Mas a moura revelou que as suas cismas eram outras: não
desejava rumar a Sul.
-Eu sei o que se passará - disse-lhe, com lágrimas nos olhos. – Pelejas, mortes,
padecimento… Não o quero tornar a testemunhar. Aumentará o ódio pelos mouros…
- Estarás protegida pelo grupo…
- Mesmo que não haja mister de temer por mim,
recuso-me a assistir às injúrias a que o meu povo será infligido!
Jacinta recordou os mouros cativos, depois da
Batalha de Ourique, e igualmente se perguntou se deveria acompanhar o grupo.
Como poderia entreter os guerreiros, assistindo à miséria e ao sofrimento?
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