Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.

12 de julho de 2011

Opinião Afonso Henriques II



Este livro é um verdadeiro exemplo do que deve ser um romance histórico porque consegue construir uma dramatização dos factos sem manchar a verdade histórica, ao mesmo tempo que revela uma especial sensibilidade na abordagem da dimensão psicológica na caracterização dos personagens.

Estas palavras são da autoria de Manuel Cardoso. Ele caracteriza a minha escrita como sendo "cinematográfica" (obrigada, essa foi mesmo uma opção que tomei, como escritora) e elogia a minha sensibilidade para compreender e exprimir a alma humana; os seus personagens são tão “humanos” que o leitor se envolve com eles, vivendo as suas paixões, o seu sofrimento e as suas alegrias.

O constatar que os meus objectivos foram atingidos, que a "mensagem passou", é uma das melhores recompensas que me podem dar, o verificar que valeu a pena, mesmo se, muitas vezes, pensei em desistir, na altura em que coleccionava recusas de editoras. E, mesmo que não tenha vendido muito até agora (deste romance venderam-se cerca de 2000 exemplares), depois de ler linhas destas, fico com a certeza de que o esforço compensou. E crio motivação para continuar a escrever.

Mais alguns excertos da opinião do Manuel Cardoso:

Ao longo de toda a obra, CT desfaz-nos vários pré-conceitos, herdados do senso comum e de tradições literárias e cinematográficas.

Em relação a alguns aspectos mais controversos da vida de AH, em que a historiografia não dá respostas definitivas, CT contorna-os habilmente: o local de nascimento de AH, a localização exacta da batalha de S. Mamede ou a “prisão” de D. Teresa no Castelo de Lanhoso.

Outro aspecto muito importante, muito bem explanado por CT é este: o nascimento de Portugal está umbilicalmente ligado à afirmação da diocese de Braga face a Santiago de Compostela e a Toledo, capital hispânica da cristandade. Ao longo do livro é notória a influência do arcebispo de Braga, D. João Peculiar.


Não é difícil perceber que considero esta obra brilhante! Mas gostava de finalizar este comentário com a referência a um episódio que bem demonstra o espírito da obra e que é, a meu ver, um dos pontos mais altos da narrativa: o momento em que Afonso Henriques, gravemente ferido no desastre de Badajoz, é assistido por um brilhante físico (médico) muçulmano. Nesse momento, AH reconhece o absurdo da guerra religiosa, comprometendo-se perante a sua consciência a respeitar a população muçulmana.


Em Dos Meus Livros pode-se naturalmente ler a opinião completa.

9 comentários:

  1. D. Afonso Henriques desperta sempre grandes afectos nos portugueses e torná-lo uma personagem viva, sem o peso do folclore histórico, é realmente meritório.

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  2. Ora viva!

    Li com atenção a opinião do António e confesso que me despertou o interesse.

    Contactei a Fnac e a própria editora que me transmitiram estar o livro esgotado!

    Sabe-me dizer quando está prevista a 3ª edição?

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  3. Caro Iceman, não está, para já, prevista uma 3ª edição e tenho muita pena que lhe tenham dito que o livro está esgotado, porque não é verdade. Mas já não é a primeira vez. Muitas livrarias dizem isso, porque os exemplares por elas encomendados esgotaram e não planeiam encomendar mais. É o costume, eles têm de arranjar lugar para as novidades e os best-sellers. Os escritores que não surgem nas hit-lists, infelizmente, são assim tratados.

    Acho muito estranho que a editora lhe tenha dito o mesmo.

    Infelizmente, não tenho mais nenhum exemplar do Afonso Henriques em casa, para lho enviar. Não sei se também compra através da internet. Na wook.pt e na bertrand.pt o livro está disponível. Tente perguntar também nalguma livraria Bertrand, talvez o possa encomendar.

    Muito obrigada pelo seu interesse. Diga-me, depois, se obteve sucesso. Se realmente não conseguir, contacto eu a editora e tentarei resolver o problema.

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  4. Obrigada António, Daniel e Olinda :)

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  5. Cara Cristina.

    De facto foi o que tanto a editora (contactada por mail), como a Fnac (por telefone) me disseram. Confesso que não contactei a Bertrand, mas vou fazê-lo de pronto.

    Depois dir-lhe-ei se obtive sucesso.

    Obrigado!

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  6. Acabei de ler um mail com uma excelente noticia.

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  7. Obrigada pela tua solidariedade, Daniel. Presumo que já viste o próximo post :)

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